Blog de poesias de minha autoria com ilustrações de imagens recicladas e encontradas na internet em sua grande maioria. As imagens encontradas são transformadas em outras novas composições para que ilustrem cada uma das poesias.
domingo, 29 de abril de 2012
sexta-feira, 27 de abril de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
Não posso verter
Não
posso verter
Em
prantos
Já
chovem os dias
Em
cinzas
Azulados
Tenho
os sopros
A
tentar separá-los
Deixar
a chuva
Para
a terra arar
Orar
em benção
Antiga
agradecer
Preparar
as paredes
Regar
as sementes
Não
posso verter
Os
planos
Se
há dias de sol
Em
que brancas
Flutuam
solenes
Em
azuis anis
Chumaços
A
perderem-se
No
espaço que trago
Dimensionado
de falhas
E
remendos que posso
Preparo
as paredes
E
rego as sementes.
(FlaVcast – 24.04.2012)
domingo, 22 de abril de 2012
Findo dia
É
como fim de tarde
De
um verão quente
Que
se sobe o morro
Pra
estar mais perto
Das
primeiras estrelas
É
naquela hora ofusca
Em
que os pássaros
Apressados
buscam
Encontras
seus ninhos
Em
revoadas ou solos
Cantam
viçosos hinos
Em
louvor ao dia findo
É
a hora que apazíguo
A
alma rejuvenesce
Na
alegria de perceber
Que
a noite trará você.
(FlaVcast - 23.04.2012)
Do amor denunciado
Foto: Pina Bausch
Devia ter calado
Antes tão quieto
Podia amar livre
E não amar triste
Como declarado
Não pude estar
O lado platônico
Foi desperdiçado
É gozado não tê-la
Ao lado patético
Sigo agora calado
Por outro lado
Andas tão longe
Que desamar-te
Parece ser sensato
Seguir os sapatos
Que levam a marte.
(FlaVcast - 22.04.2012)
quarta-feira, 18 de abril de 2012
A metralhadora
Hoje
A metralhadora
Ali parada a anos
Queria disparar
Rajadas certeiras
Acertar até limbo
Que se achega
E fica sanguessuga
Anti heroica salvar
A bela de sua maldade
O herói de suas fraquezas
Metralhar todas as tristezas
Salvar santos sem ofícios
Pra que amem seus meninos
Disparar a esmo
Rajadas desesperadas
De certezas
Ela chega a brilhar
Ali parada entre a ferrugem
E a angustia do pouco uso
Como se pedisse o uso
A lustro escondendo o dedo
Que também deseja o gatilho
Se pudesse desperdiçar
Ao menos uma bala
A tornaria útil
A cumprir destino
Seria mais um
A ter fugido morto.
(FlaVcast – 18.04.2012)
Silêncio
E ainda perguntam
Do silêncio
Silêncio
Que me acomete
E como sabem
É o silêncio
Do não adianta
Do pra quê
Se falo aproximo
De tudo que possam
levar
Levam o que já foi
sagrado
Sangrado em areia
de praça de touros
Porque de valores
Sabem os outros
O que sei sempre
É bobagem
Se daqueles
Os importantes
Não sou procurado
Preocupado
Porque não o silêncio
se silenciam
Entrego-me perante
debochados poemas
de amores entrelaçados
Alguns cuspes sem saber
porque
Mas covardes não dão
mesmo as mãos
Atos dignos de notas
Mãos que merecem louvação
Não
As minhas não
Minha vida é autoral
Sentimental
Devo ser débil mental
E se querem saber
É só o que tenho
E o que sou
Então se querem
Silêncios terão.
(FlaVcast –17.04.2012)
segunda-feira, 16 de abril de 2012
Recursos heroicos
Toulouse-Lautrec
Vem se queres vem
Mas não reclames
Das tintas que jogarei
Impetuoso em seu copo
A escorrê-las em passos
Apressados de olhares
Sedutoras serão a voltas
A mostrar-se fugidia
Do desejo que te toma
Feito não acreditar nua
Suas palavras sem culpas
Como imã atraídas virão
Vem depois de praguejar
Delirar virginal sem despeito
Escorregar entregue a veste
Recursos heroicos de liberdade.
(FlaVcast – 16.04.2012)
sexta-feira, 13 de abril de 2012
A passagem de cometas
Como pode sobreviver
Um ser à tentativa
De perder o inimaginável
Um sentimento que sessa
Do surgir da lua transbordante
Às taças refletidas dos raios de sol
Não sobrevive o astronauta
Perdido no vácuo determinado
Da atmosfera dos seus seios
Entrega-se ao infinito se há ar
Ou tal deslumbramento o arrebate
Às estrelas que nos são tão próximas
Desejosos asteroides circundantes
Cheias de brilhos e caudas sedutoras
Rasgam no horizonte feitas cometas
São olhos carentes de sonhos realizáveis
Os donos daquelas mãos a aponta-las
O desejo realizado durou segundos e passou.(FlaVcast – 14.04.2012)
Lembra-se?
Daquela tarde
De outono
Pela estradinha
Em que depois do beijo
Encostada em meu ombro
Olhávamos o céu dourado
Pelas copas das árvores
E o silêncio e a brisa
O moreno morno da tarde
E a inquietude depois do amor
Denunciados nos lábios sorrisos
E tão intimamente descobertos
Flores soltavam suas pétalas
Agitavam-se em rubros perfumes
Saldavam o amor que passava.
(FlaVcast – 13.04.2012)
Confesso todo aberto
Escancarado de lembranças
Degustativas dos sabores
Frugais eram aqueles beijos
De aromas renovados
Como se decantássemos
Por entre as reentrâncias
Mínimas dos lábios porções
Química mágica invadia-nos
Por entre arrepios as mãos
E dedos enroscados ao cabelo
Deixava o tempo de lado
Do braço do sofá oliva abraços
Amassos tão incontidos
Desmedidos aos poucos
Eram despidos dos tecidos
A pele aflorada escorria
Dos novos ângulos surgidos
Corpos aquecidos dos beijos
Amavam-se inconsequentes.
(FlaVcast – 13.04.2012)
quinta-feira, 12 de abril de 2012
Do poeta e uma das dimensões
Dimensões ou só tentativas
De enxergar infinitas possibilidades
Que estão aí vivas na natureza
Mas que a mecanização da vida
Impede como turva água do rio
Poeta não é sonhador
Poeta é o visionário de imagens
Belas ou sombrias dores e amores
Ele vê cenas que as sabe possíveis
Passiveis das ilusões poetas sonham
Sim se entregam suicidas ao vazio
Um abismo que só os de coragem
Atiram-se por inteiro e caem rápido
Mas o poeta confessa o medo do fundo
E não sabe onde se esconder do mundo
Não chora recluso escorre em tintas
Lida entre a dor e o prazer da vida
Vacila sim entre olhares estarrecidos
É odiado por ousadia e atrevimento
E se amará... Não é essa a sua sina.
(FlaVcast – 13.04.2012)
quarta-feira, 11 de abril de 2012
Equilíbrio
Equilíbrio é ato
É encontrar o centro
Cada qual seu prato
Cada vareta seu tao
Em que espaço busca
Pratos a equilibrar
Se giram pouco
Vacilam e caem
Em que espaço colhe
Pratos a equilibrar
Se giram muito
Enganados voam
Em que espaço guarda
Pratos a equilibrar
Se dentro de ti
Corres a controla-los.
(FlaVcast – 11.04.2012)
terça-feira, 10 de abril de 2012
Sobre as falhas da minha alma
Desculpe-me não saber que não era para acreditar no que dizia.
Tenho esse grande defeito. Essa ingenuidade da alma, dessa, que ainda precisa do corpo. A mesma que ainda está em evolução, que busca algo que lhe falta, mas não vinga. Alma que se assusta com descasos, que se entrega, e não sabe se mostra o menino ou o velho sofrido. É também alma que perdoa e não chora atoa, sôfrega, porém, não se furta em entristecer. Alma que tem muito a aprender.
(FlaVcast 10.04.2012)
A viagem da compota de afeto
Passo em falso
E foi ribanceira abaixo
A rolar apressado
O vidro da compota
De afeto
E saltava
Rolava no ar
Pelas pedras
A sacolejar
Virou doce mistura
De vontade de chorar
E sorrir com o não aceitar
Não fosse o vidro grosso
E a tampa enferrujada
Estaria criada a desgraça
Não bastasse a viagem
O rio acolheu tal manjar
De afetos
Leves sentimentos
Boiou ao frescor do rio
Sumiu a compota de afeto.
(FlaVcast – 10.04.2012)
segunda-feira, 9 de abril de 2012
Entre as desvalias
Caio em mim
Durante o silêncio
Das noites
Onde descubro
Entre as desvalias
Deixadas ao chão
E a fumaça
Iluminada de bar
Ser mais conceito
O que se leva
De alguma parte
Do que são toques
E o sentir da pele
Ali pairando no ar
Como grãos de jazz
Soprados de pistão
Momentos vão
Esvaíssem gastos
Feito memórias
De fotografias.
(FlaVcast – 09.04.2012)
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