sábado, 30 de abril de 2011

Porque te amar



Porque te amar
Parece lógico
Ou contra-senso
Do tempo

Em que ele
O tempo
Foi vil
Muito antes
Nos uniu

Por que conheço
Dos seus passos
Temos tantos
Compartilhados
Alinhavados

Por que desse tempo
Que já não temos agora
Faz-se respeito ao igual
Do tempo surge amplidão
Aos dons do coração

Por que te amar
Não é inglório
É doar-me
A quem possa
Acompanhar-me

Por que te amar
Se faz voluntário
Em tantas virtudes
Mereces olhares
Ou muito mais
Degustar-te.

(FlavCast – 30.04.2011)

Seu colo


Dá-me seu colo
Para que deite
E em deleite solte
Meu corpo trêmulo

Cansado da guerra
Desvairada do viver
Que fere sem balas
E mata por palavras

Deixe que eu sinta
Inebriado seu cheiro
De mulher amada
Em pele aconchego

Se acaso sentires
Meus dedos em apertos
Deixe é só o homem
Que se faz presente

À parte menino
Assustado que é
O homem não deixa
Seus instintos ante você

Aceito o silêncio que peço
E quanto quero quebrá-lo
Em beijos termos momentos
Com respirar ávido te desejo

Entre o medo e o calor do seio
Te preciso mulher inteiro preciso
Do que me cabe de afeto ao peito
Te preciso inteira a mulher que és.

(FlavCast – 30.04.2011)

Para acordar sorriso



Vem dispa-se aos poucos
As vestes a vida
Entristece
Veste seu nu de sensações
Aos poucos vista-se
De emoções

Vem e deite-se nua flutua
Entre carícias
Tão intimas
Deixe-se levar a mundos
Tão teus em que te resgato
Aos beijos

Vem veste minha alegria
Para amanhecer
Sorrisos
Precisa ter sonhado amor
E ao acordar sorrir
À vida.

(FlavCast – 30.04.2011)

Dos dias



Dos dias
Os mais puros
Dias te vivi
Onde não pude
A tocar-te coração

Dos dias
Em que te quis
Dias que colori
De amor vivi
A doar-te emoção

Dos dias
Onde te perdi
Dias te sofri
No amor morri
A sonhar-te devoção.

(FlavCast – 30.04.2011)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nas nuvens




...Subir às nuvens
a cada beijo
a cada raio
de sol...

...Que a luz
te traga de volta
ou esse pequeno
desespero no peito
quando afastas
seus lábios dos meus
pode derrubar-me
dos sonhos...

(FlavCast – 26.04.2011)

domingo, 24 de abril de 2011

Maltrapilho




Maltrapilho
Ando por meio
Dos meus infinitos
Planos

Planos sobrepostos
Impostos planos
Indecentes planos
Planos profundos

Maltrapilho
Sou meu mergulho
Sou preso ao preço
Do nada que tenho

Os planos de vida
Dos planos errados
Voados em biplanos
Abortados planos

Maltrapilho
Sou livre do aceitar
Repugna-me narciso
Continuo a andar

Em planos recomeço
Volto só aos prantos
Sem plano crio o dia
Passos todos os dias

Maltrapilho
Não vendo entrego
Dispenso dourados
Cobro amor inteiro.

(FlavCast – 24.04.2011)

sábado, 23 de abril de 2011

Para depois sentir


Parar


É preciso
Para depois sentir


Há algo errado
Não pode reprimir
São verdades e sonhos
Os meus e os seus


Para depois sentir


De modos diversos
Confiantes reversos
Sentidos dispersos
Importam os versos


Seus ou meus
Que sejamos reais
Para depois sentir
É preciso parar


É preciso desmontar
O espelho d’água
Acreditar que pode
Desejar o outro

É preciso parar


Olhar enxergando
Perfumar o belo
Do outro em ti
Este distante de mim


Para depois sentir


É preciso desejar
O que não é vosso
De modo incoerente
Sem roupas a afligir


Para depois sentir


É preciso parar
E amar esse que vês
É preciso parar
De moldar o que amas


É preciso
Para depois sentir


Viver o que vem
À frente no mundo
Ao lado compasso
Andar enamorado




Para depois sentir
É preciso


Abrir espaço
Criar contexto
Plantar desejos
Superar erros


É preciso
Para depois sentir


Esquecer os desamores
Permitir-se ao novo
E sentar-se a uma pedra
Onde possa refletir.


(FlavCast – 24.04.2011)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Dias depois




Dias depois
Ainda corro
Sem subterfúgio

Travo          cravo
no peito   tormentos

pedaços não partilhados
das várias dores
da sobra
...tão só
dos amores

dias e dias
depois de antes
do após uns dias

corro da parte
deixo a arte
mexo o queixo
viro e reviro
desleixo

saúdo a saudade
da falta que faz
a despedida

uma acolhida
acometida de beijo
sapecada de desejo

volta a revolta
o vazio que persegue
das respostas as faltas

visto desnudo
essa premissa poética
faço do ato contínuo
o palco
o luto.

(FlavCast – 20.04.2011)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Serial killer


 
...Assoviava solto
Em tardes ensolaradas
De ti fiz o amor
O doce ápice
Que o desejo
Alcançou...

Pena que você matou

Poderia ser flor
Em apenas um traço
De beleza
Que lhe concede
A morenice
Cheirosa da pele

Mas o plano era matar

Jogar na loucura
Das nossas vidas
Profanas
Pedaços imaculados
Do prazer que em vício
Te leva

Mas mata as possibilidades

Enfadonho repaginar
De desculpas
Para não ser feliz
Porque se perfeito for
Odeia-me por obedecer
Seu desejo

Mata a própria cria

A parte em que és divina
Onde como ninguém
Sabe do seduzir
Ao jogo de luz
Tirar das sombras
O próprio prazer

Mata para continuar

Porque amar é fato
Que importa ser ilusório
Dialético é o conquistar
É poético delírio noturno
Um soturno exercitar
Se ainda é desejada

Quem será a próxima vítima?

(FlavCast 19.04.2011)

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Que a arte descanse



Deixo solta
sobre a mesa
a arte
se for
a minha
a envelhecer
seus tons
sob a poeira
vender-me
não mais
em cor ou em tira
premissa de ser
livre de palpites
pintarei as musas
da imaginação
paisagens escusas
da iluminação
as paredes escuras
aposento hoje
o que chamo de arte
ao mundo
tao rico e verdadeiro
continurá e(a)spero
sem a minha ajuda
recluso os lapis
agora serão soltos
da minha loucura
de ser original
orbital e etecetera e tal
deixo legado
só telas desligadas
deixadas de lado.

(FlavCast - 16.04.2011)

Rio no metrô



Do Rio
    de janeiro
à barca do calor
ao jeito maneiro
da poesia das meninas
    ou quem sabe
    suas esquinas
        morenas retinas

Tão poucas manias
    Rio
    que te quero cor
    pendidas tulipas
        do chopp amigo
    ao calor dos azuis
    a desfilar aninhas
    em demasidas folias

Vem e me possui
    onde sonhos uis
    abajours suspiram
    luzes dos seus amores
        e loucuras

As areias aos pes
me faz refem.

(FlavCast - 12.04.2011)