domingo, 30 de janeiro de 2011

Conciso


Com poucas palavras
Não me economizo
Preciso conciso o peito
Respiro os sentimentos.

(FlavCast – 31.01.2011)

Estradinha


Por entre árvores
A ladear a rua
Ando na terra

Quente

Sobe poeira
Em nuvens
Espalham-se

Flutuam

Por entre sol
Surgem milhares
Enquanto na sombra

Desaparecem

Depois da curva
O verde se joga
Ao rosa azulado

Do céu.

(FlavCast – 31.01.2011)

Anoitecer


Se azul profundo
Viajo por mundos
De riscos e muros
Azulejo coração

Vermelho escaldante
Ao sabor do perfume
Envelhecido de pele
As fotos esquecem

Entardecer laranja
As mãos entrelaçadas
Sempre acariciadas
Será que poderei

Anoitecer.

(FlavCast – 30.01.2011)

Santiago


Entre os sonhos
Os mistérios
E a realidade
Ela transita
Entre ser musa
Jovem mãe
E poetisa

Quem sabe
Não ser contista
De suas conquistas
Ou amada romancista
Apaixonada pela vida

Ou fosse seu sorriso
Motivo de sedução
Ao menos em ouvi-la
Um santo tremeria
Mulher menina

É Santiago
Vestida em versos
Dona deste universo.

(FlavCast – 30.01.2011)

Estrelas no céu


Ta certo o medo
De onde vem
E qual motivo
Que faz sentido

A busca presumível
De ser aceito
Ou o gosto viciante
Dos desejos abundantes

Não se chama a lua
Para encobrir a culpa
Abre-se estrelas no céu
Quando pode só amar.

(FlavCast – 30.01.2011)

sábado, 29 de janeiro de 2011

As flores dos pratos


São quatro
As flores
Oferecidas
Ao futuro

Brancas
Receberam
Calmos toques
Hoje germinam

Florescerão
Vívidas
De um futuro
Ávido.

(FlavCast – 29.01.2011)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eu


Minha paz
É ser
E ser sincero
De cara
A mostra
Defeitos

Minha cara
É de choro
Quando sinto
É feliz
Por estar
Feliz

Transpasso
Desfaço
Fácil
Ultrapasso
Desembaraço
Frágil

Ando descalço
Dispenso
Meus maus tratos
Falo alto
Deito ao teu lado
Entrego te aos sonhos

De dia
Sugiro folia
Uma alegria
Curtir melodia
Rolar no chão
Pode acontecer
Sem querer.

(FlavCast – 21.01.2011)

Sutil


Sutil
É tudo
Tão sutil
Porque intenso
É só explosão
De um afeto

Desmedido
Não é mau
Um pouco
Desajeitado
E evapora
Chora

Chora
Como já chorei
Solucei
Soluçamos
Beijamos
Somos

São tantos
Os sustos
Que absurdos
Bailamos
Procuramos
O humano.

(FlavCast – 21.01.2011)

Argumentos revistos


Preciso divido
Impreciso junto
Com amalgama
Lavada de alma
Partes de histórias
Argumentos revistos
Amuletos previstos
Solidões sem dimensões
Angústias e desilusões
Levo algumas paixões
E bem poucos grilhões
São tantas soluções
Para as escadas servem
Alguns escorregões
Brasões e umas lamentações
Imprevistos turbilhões
A derreter as ilusões.

(FlavCast – 18.01.2011)

Pretextos platônicos


Vem da nuvem
Venda nos olhos
E vem mais perto
Das minhas letras

Espalhada sem linhas
Soltas palavras vãs
Sussurram insólitos
Argumentos desfeitos

Mas é tudo pretexto
De um platônico beijo
Em que o sonho vai
Ao longe tentar alcançar.

(FlavCast – 18.01.2011)

Crio


Crio
Todos os dias
Minhas ilusões
Trapaceiras

Crio
Todas as noites
Meus amores
Verdadeiros

Crio
Todas as manhãs
Minhas felicidades
Errantes

Crio
A cada instante
Você meu amor
Eqüidistante.

(FlavCast – 18.01.2011)

Suas frases soltas


Nem sempre será
O que seria pleno
De desejo no meio
Ante olhares... Foi

Distraídos venenos
Cruzados em azul
Emaranhados rosas
Olhavas ao avesso

Aquelas trovas sutis
As frases tão soltas
Numa ida desconexa
Pegar-te no olhar ia

Vai embalar-se em sons
Por entre seus sonhos
Quem sabe um espaço
Sorria ao meu desejar.

(FlavCast – 18.01.2011)

Tantos

Porque tanto
para tantos
se tão pouco
faria tanto

Porque tantos
com tão pouco
Poucos com tanto
fazem tão pouco

Porque faço pouco
de tudo um tanto
com pouco faço
tanto e tão pouco.

(FlavCast - 17.01.2011)

Ele


Pergunta pra ele
caso possa sair
da lama
porque ainda não
te chama

De onde ele emana
quando você chama
da lama
porque um dia ele
te chama.

(FlavCast - 17.01.2011)

Palavras


As palavras
eram tantas

Hoje letras
erram tontas
sem as linhas
do corpo amado
em que pousavam
a formar frases
de amor carícias
delícias que dizias
comer com os olhos
e lidas pelo coração

Palavras destemidas
desmedidas e exatas
a incendiar a pele
de aveludados beijos
e tremores incontroláveis
perfumados fluidos
perdiam-se de razão
enlouquecias na paixão
eram como rubro vulcão

Hoje equivocados conceitos
teimam tentar levar-te ao leito.

(FlavCast - 10.01.2011)

Chovo


Chovo
Estrondo-me como nuvens
Que cheias d'água
Chocam-se e desfazem-se
em gotas carregadas
ou finas pérolas
de poesia.

(FlavCast - 09.01.2011)

Olhares no carrossel


Caso fosse pendência
não giraria tanto
minha cabeça
ao vento na cara
ser lançado fora
ante o azul contraste
do céu de carrossel

Girariam as nuvens
amareladas e soltas
feitas algodão doce
a adoçar a tarde
de uma alegria folia
com luz de poesia
vindo dessa menina.

(FlavCast - 07.01.2011)

Que faço

Que faço
        de um desejo
passado de fato
    
quando falo
no ato

Um desabafo
pequeno
um choro mudo
um coração
um engasgo
prezo no ar

Disfarço o medo
na multidão
só... falo
mambembe
fato de frente.

(FlavCast – 27.12.2010)

Saia rodada

De saia rodada
gira várias idéias
espalha-se toda por
bordas libidinosas

Lentes espelhadas
dobram os tons
de terra morena
ensopada de chuva

Curvas em graça
tranças pernas
contorce momentos
detona prazeres

Anda brejeira
por momentos meus
repletos dos seus
completos em nós.

(FlavCast - 26.12.2010)

Gente equivocada


Gente equivocada
        há certa bondade
Levianas risadas
        algumas sinceras
Caricaturadas máscaras
        cerdades sofridas
Vienences consertos
        às vezes música pura
Vivem dribles dançantes
        catam pênaltis aos montes
Ridículas preguiças
        tardes de penunbras
Afogam taças sem verdades
        vinhos de várias safras
Pequenas delicadas maldades
        quais as piores dores
Tantas vaidades furadas
        algumas tatuagens
Amizades compradas
        outras disperdiçadas.

(FlavCast - 26.12.2010)

Dos sonhos a dois


Tinham cores
dentro da pelheta
dos sonhos

Tinham desejos
propostos
vermelhos opostos

Tinham canções
de flores
perfumes de cenas

Tinham sorrisos
soltos no ar
e calma no andar

Tinham sonhos aos pares
dobrados nos lençois
sobre o leito

Tinham belezas nos sonhos
certezas e desejos
declaros nos olhares

Tinham palavras
doces e biscoitos
da sorte.

(FlavCast - 25.12.2010)

Horóscopo


Tensões no ar
e sente-se tudo 

A voz surda
um leve tremor
abaixo da superfície
ou um sinal no céu
a mudança da luz

Não fale a ninguém
Observe e aprenda
Seja discreto
Ritualize-se
medite.

(FlavCast - 19.12.2010)

Baile de máscaras

Não... não é
o realizado
que anda sombrio
pelos desejos
encontrados

Sufocados de ar
os desesperados
amantes dispostos
a entregas vicerais
criam as ondas do mar

Entre máscaras
e pedaços de seda
sorrisos no retoque
espelhos fundamentais
pertubam os originais.

(FlavCast - 17.12.2010)

Tola alegria


Atira
pecar
já pecaste

Acaba
faz cara de marra
que te és tão falsa

Mentira
era a arte
que não fazia parte

Vacila
e faz da vida
um bocado de tola alegria.

(FlavCast - 17.12.2010)

Vem andar comigo


Vem meu amor
Desperta
Mulher que é
E vem
aos meus braços
Vem

Meu doce olhar
Meus olhos
emocionados
Rendessem
Vem com vento
Como sinto perfume

Vem andar comigo
Fazer um ninho
Um redemoinho
Desvendar nosso
Labirinto
Ser passarinho

Vem ou vou
Ou viro me
Andarilho
Dos teus caminhos
Vou preciso
Vou

Vou perdido
De amor
tranqüilo
Seguir
meu caminho
preciso.

(FlavCast – 15.12.2010)

Tropeçam beldades


Tropeçam banalidades
bebadas de letras
faiscam finos panos
em pancakes de egos
sófregos sorrisos
boçais seduções
usa-se muitas
enrrolações
purgos borrões
de repetições
teorias da moda
quando a moda
é o novo o ovo
o belo de outrora
trás o escondido
agora mais belo
o que te é difícil
esquece os fogos
e os artifícios
desenha edifícios
respira navios
fale fácil e direto
para que entendam
use poucas palavras
para possam pensar
promova sonhos
se puder ao menos
encantos são tantos
não se faça de besta
tão bom ser humano.

(FlavCast - 07.12.2011)

A vida (brincando de música)


A vida é show de dez
A vida. Ávida...
É show de dez
De dez
A vida é show
De dez
É show de jazz
A vida ávida
De show
De show
De jazz
Dez.

(FlavCast – 14.12.2010)

Temperos


Os temperos da vida
Devem ser os amores
Apimentados fortes
Suaves aromas
Temperamentos
Agridoces
Tons de licores
Sabores
Toques de pele
Para evitar dissabores
E mexer a provocar
Vapores e paladares
Apaixonados.

(FlavCast – 11.12.2010)

Perdoa


Perdoa
Senhor
Porque ainda erro
Ainda teimo
Escrevo e crio

Perdoa
Meus passos
Lentos passos
Boquiabertos
Ante qualquer visão
Do belo

Peco
Porque não resisto
Frente às curvas
Perfeitos ângulos
Do corpo humano
Da mulher amada

Trêmulo
Desacredito até
Quando perco a fé
Aos prantos
Por uma mulher

Esbravejo
Perdoa
Quando não tolero
Hipocrisias mundanas
Idéias baratas
Corações corroídos
Por traças

Perdoa
Senhor
E permita
Meu desassossego
Meu olhar alegre
E apaixonado
Da vida.

(FlavCast – 09.12.2010)

Menina dos olhos


Vem universo
Meu paralelo
Aproxima
Já vejo
Deseja
Quero

Mira
Acerta
E vence

O perfume das flores
Tão doces
Perde-se
Encontra

Em meio a sonhos
Estrelas e Sagitários

Entre gases púrpuros

A imagem surge
Da pupila
Menina dos olhos
Minha amada
Menina.

(FlavCast – 09.12.2010)

Carne de piranha

Chocado
Sabe corpo
Amarrotado
Quebrado
Nas juntas
Torcidas
As entranhas
Carne de piranha

Jogado

Pra ser devorado

Os ombros
Um peso danado
Os pés sentem
O peso perde
Caminhos

Deu um silêncio
De mim
Agora

Tem hora
Que não sei
Se agora

Mas que dá vontade
De nem ter mais vontades
Apenas guardar algumas
Saudades...

(FlavCast – 07.12.2010)

Ao meu amor


Óh meu amor...
Desculpe-me
Se te ofereço

Desculpe-me
Por ofertá-lhe
Avidamente

Entrego você
Com o peito
Aberto

Desculpe-me

Devo protegê-lo
Eu sinto
Me és precioso

Bem sei do valor
Da intensidade
Que vive em mim

Desculpe-me

Por não conter
O ímpeto
De com você amar.

(FlavCast – 06.12.2010)

As notas da ninfa


Canto como forma de pranto
Em que ângulos internos
Soltam vértices sonoros
Notas que me encantam

Mas não sei se notas
O quanto meu canto
Fica vazio dos matizes
Das notas do seu aroma

Da pele veste de bela
A caminhar as curvas
Telas dos meus cenários
É ninfa nua em tom púrpura.

(FlavCast – 05.12.2010)

Vitrais em asas


Arriscado
assim observado
Algo desbotado
enfrento
Ondas mansas vão
Com a graça das carpas

Vasa
um risco vaga-lume
Nas graças desabotoadas
Da camisa branca
aberta
Surgem coloridas
Borboletas

Vestem vitrais
Translúcidos
Raios de luzes colorem
A poeira flutua
Nas sombras
reluzem.

(FlavCast – 25.11.2010)

Música


A nostalgia toca-me
Com notas melodiosas
A levar-me por aí...
Onde não posso estar

...Mas a música embala-me
Desconcertado deixo-me levar
À lágrima que o sentimento
Faz questão de transbordar...

Em turbilhões os sons voam
Invadem espaços de cores
A resgatar-me o sol aquece
Como música passa pelo tempo.

(FlavCast – 15.11.2010)

Dor de ouvido


Falarei baixinho para não machuca-la
Já não preciso gritar aos quatro cantos
Sobre o amor a felicidade e os desejos
Já está tudo tão vivido que já nos faz seguirmos
Mesmo com silêncio total e a escuridão
Que o amor seja nosso guia pelo caminho.


(FlaVcast – 15.11.2010)

Réquiem para um sonho


...
luzes
e o vazio da sala
cortinas pesadas
um som
mais nada...

...corre por entre portas
esconde-se nas árvores
do quarto iluminado...

...corro
corro não sei do que
nem porque corres
também não sabes...

as sombras das árvores
e seus bilhões de grãos
banhados de sol flutuam
perdemos as vestes negras

corremos nus da angústia
aflitos pelo encontro corremos
onde está seu corpo suado
corro a beijar-te ao lado...

(FlaVcast - 15.11.2010)

Atingi-me sem nada


Agradeço a palavra

Quando não dita

Silenciosamente
Quando brota bendita

Do seu corpo ela grita

Nem sei se em verso
Ou em açucarada rima

Meu sentimento imagina

Há uma liga
Talvez energia
Quem sabe alegria

Um perceber
Que seu amanhecer risonho
Transforma em poesia
Tudo aquilo que não via

Do movimento sutil
Ao olhar vazio
À dor que pariu
Ao amor que fugiu

Avança-me calada
Atingi-me sem nada
Nem mesmo a fala.

(FlavCast – 12.11.2010)

Amar em poesia


Conheci um universo
Mas não sei falar de amor
Sem desejá-lo inteiro
Jogar estrelas coloridas
No escuro azul tinteiro
Em que por entre letras
Monto de forma simples
Meus sentimentos no peito
Não elaboro novas teorias
Desejo só amar quem sabe
Construir frases de sorrisos
Traduzir tesão em verso
E do reverso não invocar
Provérbios em rimas
Prefiro o amar em poesia.

(FlavCast – 08.11.2010)

Poesia em branco

Não sei do caminho
Do futuro ainda menos
Nem das novas marés
Sei que me foges

Dos pés sujos
Foge aos olhos o caminho
Cisma em mudar-se
Faz curvas erradas

Como ter futuro
Se o presente foge
De um passado
Que puxa pelas pernas

Como se o amor
Em dor não valesse
A dedicação
À poesia em branco.

(FlavCast – 08.11.2010)