segunda-feira, 30 de maio de 2011

Poema



Sou poema preso ao peito
Respiro todo minuto apertado
Alado... Inclino-me ao sorriso perdido
Tímido imprevisto temo... Precipício

Sou sentimento puro sem saber dizer
Algo sentido que não se sabe o que
Sou temor é medo de alegria e desejo
Um lampejo de desespero de sofrer

Sou o peso da espera... Algo que desespera
Sou incontinente do desejo do ato consumado
Sou como o querer dizer dos carinhos a ofertar
Sou o espaço da palavra aceita ou negada

Sou o soluço do choro pela mulher amada
Impreciso já nem sei de cores... Imagine flores
Em pedaços de fantasias... Pudores impedem
Sou idéia solitária de um poema não escrito.

(FlaVcast – 30.05.2011)

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vistas de lentes tortas espelham




Esperar
Ah... espere
Por que é seu o tempo
Este te espera

É sua a surpresa
Do que nunca quis ver
O que te fere a carne
Até hoje faz sangue escorrer

Mas não te preocupes
As pútrefas carnes são suas
É como seus olhos as enxargam
Vistas de lentes tortas espelham

Faz dos ventos seus próprios tormentos
Por que joga-os contra vento a cara
As tíngidas borras de sangue vermelho
Aquele que fede é o que sente inverdades


Já se faz hora de fato não há feto
Em que fosse enterrado os sonhos
Desfaceladas imagens de um sexo vil
Tudo a tempos era só chama sem paviu


Agora que sejas ao menos homem
A reconhecer os erros as derrotas
São apenas escritas em linhas tortas
Aquelas benditas linhas de quem te ora.

(FlaVcast – 26.05.2011)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sorrir



Sorrir
Rir
Ao por do sol
De um andar
De qualquer lugar
Onde o sol
Cumplice
Brilha seus cabelos
E nos olhamos
Refletidos
Nas lentes escuras
Nos vemos no outro

Sorrir
Tingir
Em braço dado
Minha pele da sua
Meu apoio desdobrado
De desejo
Dos seus lábios
Marcados às vezes
Aos passos
Outras notóriamente
Descarados

Sorrir
Fingir
Que o dia acaba
Pelas lentes da kodak
Dos passos ao lado
Para não sairmos
Quadrados
Respirar como jovens
Enamorados
Levados pela luz
Que a se pôr
Desvela em alegria
Nossa noite depois
O amor e aí outro dia.
(FlaVcast – 25.05.2011)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ofurô


Solto à pele d’água
Evapora o ar
...
Gotas surgem na pele
Eclodem como se soubessem
O teor do momento
...
Quente
...
Em vermelho flores
Reflexos por todo lugar
...
Das velas as nuvens
O ar a perfumar
...
Música calma conta
...
Que ao luar
Da primeira noite
De um amor maduro
Devem os dois perderem-se
Um nos olhos do outro
...
Em água quente
Devem evaporar seus medos
As decepções passadas
Levadas pela madrugada
O gozo agora tem morada
...
Envoltos de tempo parado
Surgem delicados e tímidos toques
...
Como flores a desabrochar
Aos poucos redescobertos
Os beijos
Os tão delicados
Entrelaçam os corpos
...
Que o vinho embriague-se
Do amor cândido que o rubra
...
Já não existe o tempo
O sol surge com os sorrisos.

(FlaVcast – 24.05.2011)

O catador de papel

Foto FlaVcast

Que vida essa
Que lhe dá vida
Sem cura

Só soube ele
Das dores
A dificuldade
De percorrer ruas
Sem perspectivas

Que vida é essa
Que te esmaga
Com uma única pedra

Que condenação te cabe
Ao chorar a vida
Vida é só ponto de partida

Só pode ele
Amar a vida
Como amante
Sem amada
Morrer na rua.

(FlaVcast – 23.05.2011)

domingo, 22 de maio de 2011

Só agora


Só agora
depois de tantas chuvas
é que percebo
que onde marquei meus passos
germinaram flores

Só agora
depois de tanto buscar o sol
é que percebo que precisei
da chuva e me sequei

Só agora
depois de tanto buscar o amor perfeito
é que percebo que tanto errei

Só agora
depois de tanto buscar e errar encontrei
e percebo que o esperar faz parte do amor.

(FlavCast – 22.05.2011)

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Sótão



Saberia
Sozinho na penumbra do sótão
Confessar meu amor

Descubro aos poucos
e de modo brando
Que em todos momentos
em vários anos que te lembrei

Vinhas como esses raios
de sol que entram sorrateiros
pela frestas do telhado

O sorriso como os raios
iluminavam lembranças
alegravam instantes

Porque voce sempre foi alegria
Algo afetuoso como esse ar do sótão
cercado de cheiro de madeira

Aveludada pela poeira
a flutuar pelos raios de sol
Assim sempre foi alegre

Descubro agora que é ainda mais especial
É tranquila como entardecer de um dia quente
de uma tarde de outono.

(FlavCast 20.05.2011)

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Recepção



Ando
Prá lá
E prá cá
Assovio
Matreiro
De sorrir
Moleque
Ando
Prá cá
Pra lá já fui

Fui abrir porta
Receber estrelas
Ouvir girassóis
Beijar ao vento
Deliciar-me
De amigos.


(FlavCast – 19.05.2011)

domingo, 15 de maio de 2011

Ao perfume da noite


Foto Tania Nacamura

A despeito do desejo
Suspeitos os beijos
Roubados à porta
Dos caminhos abertos

Desdobradas histórias
Convergem aos poucos
Ciganos a entender sinais
Dos lábios aos olhos brilhos

Das estrelas buscar elevação
A alegria da dança solta
Ou doar as bênçãos
Feitos flores a desabrochar

Ao perfume da noite
Redesenhar os sonhos
Planejar os passos
Rodopiar em compasso.

(FlavCast – 16.05.2011)

sábado, 14 de maio de 2011

O amor e as batalhas


De onde vem as vidas
As tuas e as minhas
As partidas e as ilhas

Tingidos de céu tardio
Partiamos ou ficassemos
Eramos como mar bravio

Desvios de rota em estrelas
Ao qual aquário sangrava
Em ensanguetadas espadas


Nas noite os nevoeiros
Traduziam seu cheiro
Amavamos sob pele nus

À luz da fogueira das juras
Os pactos aos prantos vingavam
Dos últimos suspiros voltariamos.

(FlavCast – 14.05.2011)

Sofá


Fita métrica
Será algebra
Ou a alquimia
Dos centímetros
Caminhados
Costurados
Ou pregados
Entre cortes
E finos pontos
Surge do couro
Acento por onde
Beijos a paixão
Há de rolar.

(FlavCast – 14.05.2011)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Jeito



Seu jeito
Do seu jeito
Do jeito do teu

Sorriso
Divertido
Séria divertida
Comprometida
Desmedida
Alegre

Do teu jeito
Do jeito seu
Jeito seu

Feminino
Masculina
Bruxa menina
A heroína
Mulher
Amiga

Do jeito
Seu deleito
Do meu jeito.

(FlavCast – 14.05.2011)

A denúncia dos vagalumes




Quero
E sei que posso
Dar a luz
Dos meus olhos
Que não faltaram
Seus braços
A guiar-me

Seguro aguardo
Não mais os sinais
Estes seus faíscam
Brilhos soltos ao redor
Feito vagalumes pulsam
A denunciar-te
Entregue.

(FlavCast - 12.05.2011)

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Palco



Palco
De rendas vermelhas
Que como ator
Em ânsia de atuar
Descortina vaidoso
E ávido em seu papel
Coloca todo sentimento
Rubro pelo rasgo decote
Das rendas da cortina
Vermelha pele beija
Invisível donzela
Que muda platéia
Contempla estarrecida
Do prazer alheio
Mulher umedece
Que te faço ato.

(FlavCast – 11.05.2011)

Detalhes


Detalhes

Convence
Por todos minutos
Onde não escapas

Detalhes poéticos

Voltados das palavras
Debruçam languidamente
Sobre o pensar mais livre

Detalhes saudosos

Daqueles sorrisos antigos
Ainda oprimidos note
São todos momentos de paz

Detalhes maliciosos

Da entonação que nunca foi não
O amor sempre avisado
Detonado de prazeres esteve

Detalhes profundos

Tão maduras agora
São as peças e os encaixes
Pedaços de obras de arte

Detalhes tão simples

Das pequenas seduções
Como enamorados amigos
Maravilhados pelas estrelas.

(FlavCast – 11.05.2011)

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Passeio pelo tempo


Theirison


Sempre te pensei
E era natural te pensar
Com o passar
Sempre passavas a mesma.

(FlavCast – 09.05.2011)

domingo, 8 de maio de 2011

Discordância


Hoje discordo de algumas coisas...
O amor pode ter vindo a muito tempo
e eu não ter percebido
à procura do mais completo
não vi passar singelo
algo que é muito mais belo.

(FlavCast - 08.05.2011)

Conquista



Se quero conquistá-la?
Risos
Sim quero sim
Quero ser parte
dos seus sorrisos
aqueles os mais
tranquilos.

(FlavCast 08.05.2011)

sábado, 7 de maio de 2011

Sobre o meu amor


Já amei muito...
Usei quase todo o amor que poderia...
... Ah mas isso não quer dizer que tenha sobrado pouco amor para vc...
... Ao contrário...
O que ficou para vc é o meu mais puro amor
O amor que já sei...
Que aprendi valorizar...
O que mais preciso para me completar.

(FlaVcast - 07;05.2011)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ao tempo do amor vindouro




É nesse momento
Em que desejo calmo
Encaixar-te flores
Nos cabelos iluminados
Que tolo lamento
Não tê-la pego a mão
Ter estado longe
Das lágrimas de medo
Dos sorrisos matreiros
Longe e tão perene próximo
Das cores que vida imprimiu
E é nessa paz que acordo
Em êxtase miro os astros
A formar as mais belas conjunções
Em que dragões já foram mortos
As borboletas começam a voar
Soltas renovam em nós sonhos
Tão fluidos de nós que o futuro
Rende-se ao tempo do amor vindouro
Inebriado abre-se a era do nosso amor.

(FlavCast - 06.05.2011)

Voce como eu



Voce como eu
sonhou e viveu
Voce como eu
deixou ou perdeu
Voce como eu
acredita e espera
Voce como eu
amou ou buscou
Voce como eu
merece e deseja
Voce como eu
aposta ou encara
Voce como eu
não vê a hora?

(FlavCast - 06.05.2011)

Depois das noites escuras



Se durante as noites escuras
Após tantas colisões imprevistas
Por trás das dores as mais agonizantes
E seus desiludidos fluidos de amores

Se depois e tão somente depois
Das inúmeras luas que te enfeitiçaram
Se depois de dedicar-se a mil lutas inglorias
De entregar-se tão digna dos prazeres que teve

Ainda poder acreditar no amor

...Ainda que seja quase desprovida de crença
Dessa mesma que sinto, não minto
Descrente...

E poderes continuar com seu sorriso solto
Que tendes a ser sempre tão doce
Quanto seu olhar denuncia
Ou que seu hábito de ser leve possa persistir

Então apenhe uma pomba

Escreva um bilhete em que pede uma rosa
Rabisque algo que o acaso nem justifique
Quem sabe borrife seu perfume nas dobras
Ou marque em lenço somente seu beijo

Peça a ela que me encontre e solte-a ao céu

Por sorte da ave, sua ou minha
Rápida encontrará meu rumo
Amanhecerá o final das noites escuras
Receberei feliz seu pequeno recado

E em breve me encontrarei ao seu lado.

(FlavCast - 06.05.2011)

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Escorrego pela noite



Escorrego pela noite
Sóbrio do ser abstrato
Tomado de tempo
Perdido de espaços

Delírio tranqüilo
Por idéias achadas
Amassadas nas gavetas
Que levo pelo corpo

Inebriado de seres voa
Em suposto sustentáculo
Másculo pedaço molhado
Que reconheço como eu.

(FlavCast – 05.05.2011)

domingo, 1 de maio de 2011

Só de chuva


Só de chuva
Só de nuvens
Só de nublado
Só de você ao lado


Só emergido
Do guarda chuva
Colorido em lápis
De cor em cor
Aquarelo o dia


Só de blue
Jeans rasgado
Ouve-se o silêncio
Entre o surdo raio
E límpido índigo


Só de largado
O jornal amassado
E aquele cheiro frio
De chuva melancolia
Num pensar de repente
Te faz presente


Só de chuva passada
Só de nuvens lindas
Só de nublado o tempo
Só de você ao lado
Nem sempre.


(FlavCast – 01.05.2011)