segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ofurô


Solto à pele d’água
Evapora o ar
...
Gotas surgem na pele
Eclodem como se soubessem
O teor do momento
...
Quente
...
Em vermelho flores
Reflexos por todo lugar
...
Das velas as nuvens
O ar a perfumar
...
Música calma conta
...
Que ao luar
Da primeira noite
De um amor maduro
Devem os dois perderem-se
Um nos olhos do outro
...
Em água quente
Devem evaporar seus medos
As decepções passadas
Levadas pela madrugada
O gozo agora tem morada
...
Envoltos de tempo parado
Surgem delicados e tímidos toques
...
Como flores a desabrochar
Aos poucos redescobertos
Os beijos
Os tão delicados
Entrelaçam os corpos
...
Que o vinho embriague-se
Do amor cândido que o rubra
...
Já não existe o tempo
O sol surge com os sorrisos.

(FlaVcast – 24.05.2011)

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