domingo, 27 de março de 2011

Sonho de Valsa


Balas de goma
Em letras de forma
Delicados jogados
Em chão de paçoca

Deliciosas palavras
Desejadas pelos olhos
Gulosos por doces
Sentimentos melados

O poema comestível
Seria o bolo gigante
Do conto de fadas
E nós Joãos e Marias

A devorar em suspiros
Paixões magentas
Amores em caldas quentes
A derreter os frios sorvetes

Engolir muita harmonia
Empanturrar da doçura
Das loucas frases de amor
Descobertos suspiros coloridos

Lambuzar o rosto dos gostos
Dos amores que já degustamos
Saciar de sílabas as alegrias
Rodopiar enfim em um sonho...

de valsa.

(FlavCast – 28.03.2011)

quinta-feira, 24 de março de 2011

Força de vento


 
Buscar no meio fio
A rua a subir ao céu
Em brando expressar
A mulher a desejar

Da disciplina da lua
Ou seu despertar nua
Iluminada prevê raios
E todos os ecos da noite

Em seu foco prata
Dedica seus verdes
Olhos que ascendam
Feito força de vento.

(FlavCast - 24.03.2011)

segunda-feira, 14 de março de 2011

A menina do metrô e seus headphones




Saber da linha
Dos seus saltos
Do alto vermelho
Seguido em negra
Textura de renda
A tez a esconder
O short curto
A explicitar
Te cobre de roxo
Loira que és
Destaca-se
Em formas macias
Esconde-se calada
Por entre seus
Headphones.

(FlavCast – 14.03.2011)

Paz interior



Por que orar
À paz que desejo
Faz-me crente
De que posso ser
Alvo baleado
Mas a desejo

Encontrar basta-me
Poder compartilhar
É vivê-la em mim
Senti-la no outro
É fagulha divina
E a certeza que venci.

(FlavCast – 14.03.2011)

domingo, 13 de março de 2011

Exílio


 
Exilar-me
Acompanhado
De ti
E um tango
Dançado
Em Paris.

(FlavCast - 13.03.2011)

Das crianças do mundo



Mulher
Que de doce
Se doa ao mundo
Abraça terra
Cheira canela
E eleva com semblante calmo
A magia de fazer-se
Presente
A graça que surge do nada
Invade feito feitiço
De lua a jogar-se nua
Em luz apreciada areia quente
De que desertos vivestes a leste
Que a graça das crianças
Sempre a acompanhe
Porque é de amor
Seu doce viver.

(FlavCast - 13.03.2011)

quinta-feira, 10 de março de 2011

Louco sonho




Fosse o começo da tarde
Apenas baluarte
Ou entardecer
Amor dançado

Levado em estandarte

Viver faz parte
Mesmo que loucura fosse
Um romântico Bonaparte
Ou olhar de uma apache

Se derreter com o pistache
Amar a vida a sorrir
Era a idéia da arte
De reinventar-se

Na banheira
De louça branca
amar
Louco sonho revisitado.

(FlavCast – 10.03.2011)

Tempo




Tempo
Se te penso
Eu em tua linha
Ando a reverte

Nas andanças
Sorrisos mortos
Reverberam dobras
De estradas intactas

E quantos aos contos
Benditos sejam os pontos
Das estrelas mais claras
Às jóias mais raras

Tempo
Que já não sei
Se o tenho
Ou se me leva a tempos

Sei o tempo
Do que sou e quero ser
Não sei da vida como todo
Mas encontro o todo a ser

Tempo que te passa em si
Não me compete discutir
E sim vivenciar cada instante
Seu tênue passar como vento.

(FlavCast – 10.03.2011)

quarta-feira, 9 de março de 2011

Cantar do amor




Nada que se via ao longe
Tornou-se tão distante
Quanto o cantar do amor
E foi tão profundo desejar.

(FlavCast – 09.03.2010)

terça-feira, 8 de março de 2011

Mulher



Encanta a perfeição
Os traços e as curvas

As receptivas e as afetivas

Assusta a imensidão que és
Os humores e seus amores

Os sonhados e os realizados

Apaixona-me a idéia absurda
De passar meus dias a poetar-te

Tu és poema à parte supera a arte

Arte é você mulher que a fecunda
És obra e musa do meu desejar.

(FlavCast – 07.03.2010)

domingo, 6 de março de 2011

É carnaval menino



Mas é carnaval...
Acorda com o barulho
Saí correndo feliz
Pensa que é sonho
Que passa rápido.

(FlavCast - 06.03.2011)

quarta-feira, 2 de março de 2011

Eu sinto




Eu sinto
Seus pés descalços
Em afagos aos meus

Sabemos dos toques
Há tantas falas
Caladas
Em cada ajeitar
Do seu corpo
Ao meu

Eu sinto
Seu perfume passar
A invadir meus sentidos

Entendemos os aromas
Intenções que flutuam
Em partículas
Flores germinam
Sentimentos de você
Em mim.

(FlavCast – 03.03.2011)

terça-feira, 1 de março de 2011

Passos molhados



Não sei mais
Do que sinto

Sem dizer
Sentido

Sentido
Em vão

Sem saber
Solidão

Uma canção
De aperto

Um nó no peito
Dor de acerto

Silêncio
Sem risos

Lembranças
E alguns zunidos

Tudo é tão parecido
Com os riscos no chão

Vão as ondas
Ficam as conchas

Ao lado passos molhados
Imagem ao fim da tarde.

(FlavCast – 02.03.2011)