A
tempos o exílio é imaginado em rosa
De
um rosa queimado de sol de estrada
Meio
desbotado envelhecido e empoeirado
Como
partida sem olhar para no retrovisor
A
tempos que um silêncio amiúde se instala
Apaziguado
dos burburinhos e falas rubras
Vem
ele a caminhar por entranhas paralelas
Cansado
de insignificados e verbetes latentes
A
tempos mastigam-se os nós nas ceias
À
luz de velas engolem-se sentimentos placebos
Vermífugos
conselhos apodrecidos ao vento
Mas
são tortas as cadeiras perfiladas à mesa
A
tempos que significado é enlouquecer em violeta
Suicidar-se
das cores das dores monocromáticas
Entregar-se
ao tão antigo inimigo imaginário
Ou
seria antes de tudo um último mergulho
A
tempos o tempo vem bater frio na cara
Puxando
desformes pneus enlameados pela sala
Como
pudesse supor o melhor veneno futuro
Para deixar pegadas mesmo
que sujas de brasas.(FlaVcast – 02.07.2012)
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