quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Vestido branco



A tarde
apressa-se a abrandar o dia
a despejar vermelhos incandescentes
e trazer ao ar ondas divertidas de ventos
como o bailar das folhas caídas
crisântemos pendem solenes aromas
as flores exalavam o caminho
e lá vem ela menina
no fim da perspectiva
a brilhar entre os raios de sol
os cabelos soltos
possuem o ritmo da sua alegria
ao passar por entre as sombras
estas iluminam-se em reflexo
ao branco do vestido curto
segundos são eternos
entre o zigue zague das suas atenções
e o divertido chutar as pedras
e levantar a poeira da minha imaginação
por trás do vidro da janela
não há vento é cálido
ambiente cercado de penumbra
é contemplação da sua beleza
a aproximar-se das batidas do meu coração
areja as dores da minha solidão
e vem sedutoramente a sorrir
sabedora do meu olhar envidraçado
a cada passo em minha direção
trás um pulsar de vida
e um espantar alegre a minha nostalgia
perco-me no espaço da sua caminhada
soturno em pensamentos vagos
só desperto quando por trás da cerca
branca em pernas torneadas e seios amanteigados
sorri e maliciosamente grita
a chamar-me para ver a lua
aquela nossa a surgir no mar
e faz-se noite em seu vestido branco
deixado delicadamente na areia
é farol a nos indicar o caminho de volta.

(FlaVcast – 18.08.2011)

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