sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Perder


Perder
Mesmo defendido
É duro

Feito rocha
Que rola a levar ente
Que nos joga
No vazio

Não se tem como lutar
É uma solidão
Que não se quer
Ninguém

Uma escuridão
De nos apagarmos
De repente

E se acostuma
Com uma culpa
Que não se sabe
Do que

É perda

Sem explicação
Como ter que acreditar
Na fé que não se vive
No dia a dia

Ter que perdoar
A perda?

E o que se faz?

Voraz o amor consome
Como buraco negro
Come por dentro
Em desejo de explosão

O que faço?
Maldição

A perda perversa
Detona raiva
Consome em desespero

Tem tempero
Não dá arrego
Vive no pensamento
Transforma-se
Em juramento
Ou xingamento

E tantos lamentos

A perda
Deixada para trás
Com o seu próprio peso
Fica estática
Diminuindo na distância
Exatamente oposta
Aos passos

Solitários passos
Por riscas brancas
Que levam ao entender
Porque às vezes
É o outro que perde

Do amor que vive

Cabe a própria dor
O degustar o vinho
Ao sabor etílico
De imagens revistas

Num embriagar
Soturno se percebe
Que tudo no amor
É intenso

Feito poeta bêbado
A escrever
Juras de amor.

(FlaVcast – 26.08.2011)

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