Perder
Mesmo defendido
É duro
Feito rocha
Que rola a levar ente
Que nos joga
No vazio
Não se tem como lutar
É uma solidão
Que não se quer
Ninguém
Uma escuridão
De nos apagarmos
De repente
E se acostuma
Com uma culpa
Que não se sabe
Do que
É perda
Sem explicação
Como ter que acreditar
Na fé que não se vive
No dia a dia
Ter que perdoar
A perda?
E o que se faz?
Voraz o amor consome
Como buraco negro
Come por dentro
Em desejo de explosão
O que faço?
Maldição
A perda perversa
Detona raiva
Consome em desespero
Tem tempero
Não dá arrego
Vive no pensamento
Transforma-se
Em juramento
Ou xingamento
E tantos lamentos
A perda
Deixada para trás
Com o seu próprio peso
Fica estática
Diminuindo na distância
Exatamente oposta
Aos passos
Solitários passos
Por riscas brancas
Que levam ao entender
Porque às vezes
É o outro que perde
Do amor que vive
Cabe a própria dor
O degustar o vinho
Ao sabor etílico
De imagens revistas
Num embriagar
Soturno se percebe
Que tudo no amor
É intenso
Feito poeta bêbado
A escrever
Juras de amor.
(FlaVcast – 26.08.2011)
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