sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Poeira Estelar

Não posso ver estrelas
De onde o céu é lindo
Foram-me dadas
As noites sem brilhos

As mais escuras noites
Foram-me dadas
Por sonhá-las coloridas
Por endeusá-las demais

Precisam dos meus olhos
A admirá-las em uníssono
Se tantos olhares sentem
Caprichosamente desejadas

Não posso sabê-las inteiras
Sei só dos brilhos distantes
Do céu escuro com nuvens
Que fincam e diluem-se

São tão improváveis elas
Mesclam-se em signos
Como irmãs gêmeas
Possuem a mesma pele

Inúmeras e tão belas
Constelações turbilhões
Das estrelas às cadentes
São tão efêmeras poeiras

E eu
Pequeno
Minúsculo
Grão de areia

Atrevo-me
A imaginá-las tão belas
Como se unidas, inequívocas
Brilhassem em minha direção.


FlavCast
30.04.08

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