Qual é que te toma de um
vazio noturno a alma
e tece-te de incertezas
as rotas de fuga
Daquelas que mesmo de bom
espírto
ao fim de um dia dourado
toma-te a alma de falta
Cabe o que nesse vazio de
estrelas dum luar sépia
sem ecos ou sons mudos
distantes
Alquimia ou um silêncio
do peso do próximo passo
que pode ser ao espaço ou
ao seu lado
Qual a sua, solidão, que
não venha bater às portas
do coração a levar ilusão
Devastadora deseja
calibrar os pensamentos
em dias que as glórias
brotam em flores ao sol
Que mais fazeres teria a
preterir antes de escolher
alvo recipiente aberto
feito de caos
Como atreve pousar em
campo fertil
sem controlar vício da
exposição em alusão ao vento
São segredos fechados nas
gavetas
trancafiadas dos armários
empoeirados do tempo
Covardias explícitas tão
ávidas de auto flagelacões
a desgastar a
culpabilidade amarela
Libidinosos cheios de
impulsos carnais
que oprimem os limites
mais absurdos a sós
Refastelados sossêgos esses
tão tênues momentos
que não importa a próxima
porta
Qual é a sua solidão de
um amor
desejado esse dissimulado
engasgo fechado no peito
Ou vem da morte a
desesperança de que o dia raia
sem ter a presença
marcada em foto
Tens mesmo que não queira
ver como sombra
segue passo a passo e às
vezes a verá
Gravitar como desenhar o
plainar de um pássaro
desconhecido de hábitos estranhos.
(por FlaVcast em 07.02.2014)
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