segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Qual é a sua solidão?


Qual é que te toma de um vazio noturno a alma
e tece-te de incertezas as rotas de fuga
Daquelas que mesmo de bom espírto
ao fim de um dia dourado toma-te a alma de falta
Cabe o que nesse vazio de estrelas dum luar sépia
sem ecos ou sons mudos distantes
Alquimia ou um silêncio do peso do próximo passo
que pode ser ao espaço ou ao seu lado

Qual a sua, solidão, que não venha bater às portas
do coração a levar ilusão
Devastadora deseja calibrar os pensamentos
em dias que as glórias brotam em flores ao sol
Que mais fazeres teria a preterir antes de escolher
alvo recipiente aberto feito de caos
Como atreve pousar em campo fertil
sem controlar vício da exposição em alusão ao vento

São segredos fechados nas gavetas
trancafiadas dos armários empoeirados do tempo
Covardias explícitas tão ávidas de auto flagelacões
a desgastar a culpabilidade amarela
Libidinosos cheios de impulsos carnais
que oprimem os limites mais absurdos a sós
Refastelados sossêgos esses tão tênues momentos
que não importa a próxima porta

Qual é a sua solidão de um amor
desejado esse dissimulado engasgo fechado no peito
Ou vem da morte a desesperança de que o dia raia
sem ter a presença marcada em foto
Tens mesmo que não queira ver como sombra
segue passo a passo e às vezes a verá
Gravitar como desenhar o plainar de um pássaro
desconhecido de hábitos estranhos.

(por FlaVcast em 07.02.2014)

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