segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

À procura de ninhos em postes


Eu que da cidade venho
À procura de ninhos em postes
Dos pássaros os Manueis de Barros
E sei das tristezas dos menininhos

Das borboletas os casulos
Morro dos medos não das mortes
Mas dos como se dão os silêncios
Os pretextos das noites

As faltas das estrelas
Escondidas nebulosas dos olhos
Das horas que recolhe-se a linha
Dos pipas que deixam de voar

Libertos no céu menininhos e rabiolas
Deveriam dar razantes em soleiras
Virem ao solo somente às mãos
Dos pais a colocarem no banho

Tamanho não fosse medida
Menininhos não deveriam crescer
Sem linhas fortes enroladas em latas
Ou bolas de gude guardadas nas mesmas

Dos medos temo os menininhos tristes
Daqueles que tento não deixa-los ver
Em mim que trago feito bolas de sabão
a escapulir-me por entre falas os sonhos.

(por FlaVcast em 17.02.2014)

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