Por onde caiu você meu vidro de espelho que na descalma atropelada de
um motoboy partiu-se. Como de mil pedaços partem-se todos os dias os
retro-visores do passado longínquo. Como desenlembranças deixadas nas ruas que
não olhamos mais ou apressamentos de faróis que nos brecam os vaga-lumes
amarelinhos ou então aqueles restolhos de céus. Das estrelas os reflexos dos
brancos luminescências azuis dos faróis dos importados ou insuspeitáveis carro invejosos
de status. Foram dos pobres cacos as retro-perpectivas voltas por uma cidade
que se passeava livre à zona norte, ao leste das meninas apenas em quartos de
horas só para passar pelo tempo que se ficasse de saco cheio, gastava-se atoa.
Sem funk-se ou foda-se, agora se estaciona em smartfones dispersos em
comunicações tão mais rápidas que os BMW tão populares quanto as A4 folhas
brancas alvas jogadas ao chão preto asfáltico sem tempo de limbo. Ah, fosse
lampejos dos brejos os pontos hoje de comércio. As casas velhas de um Itaim que
só se justifica o Bibi das buzinas histéricas dos realmente autoimóveis,
entupidores das ruas do desespero daqueles que trombam necessidades das pressas
dos desesperos dos coletivos. Quando coletivos eram os modos, as calmas das
boas maneiras e o respeito ao cidadão. Ah cidadão refreada de espaços burros
por onde andas, já não é espelho.
(por FlaVcast em 19.02.2014)
Nenhum comentário:
Postar um comentário