Ser
é uma solidão que não passa nem cessa
Pois
esperam que eu seja muitos que não sou
Veem
em mim outros que são eles e não eu
Eu
sou só esse com meus conflitos e desejos
Desejos
estes quase sempre não realizados
Este
sou eu e não quem desejam que eu seja
Mesmo
que eu às vezes deseje ser, não sou
Devo
dizer que tentei ser por querer agradar
Mas
mesmo por ingenuidade quis só ser eu
E
confesso, não tive a ambição de ser outro
Nem
mesmo um desses que quiseram eu ser
Ou
aquele que nem sabiam dizer quem era
Sei
agora ter construído uma grande fortuna
Mas
que não interessa a esses queriam outro
Sou
quase desconhecido a eles, afinal não sou
E
ser diferente de como te desejam não basta
O
silêncio que se fez presente, fui eu e minha paz
E
nada e não tem quem faça eu não ser eu
Não
há quem roube o meu tesouro, de resto
Se
é o que te interessa, sim sou pobre, simples
Do
que ti considera ser rico e ter posses, não
Se
as tenho são de coisas imensuráveis e dores
E
não as guardo em cofre é só vir conhecer-me.
(FlaVcast – 17.06.2012)