sexta-feira, 22 de junho de 2012

Vestígios ao amanhecer

Foto David Hawkins

Não sei se percebes
As gotas do orvalho
Que derramo noturno
Ao amanhecer úmido

É que rolo em brumas
E nas companheiras letras
Palavras sortidas a dedo
Desejam cobrir-lhe a relva

Nem sei se posso ou devo
Mas é meu modo fetiche
Observá-la largada ao leito
E descrevê-la em poemas

De um amor reconhecido
O conto se faz desconhecido
Um Cervantes a cavalgar aflito
Deixa vestígios ao amanhecer.

(FlaVcast – 22.06.2012)

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