Você é que me irrita minha amiga
A tempos me lembro sentir-me invadido
Ser ultrajado por ser retratado, irado.
Louco muitas vezes... Não sabia como podia
Saber da minha vida com tanta mira
Tudo isso sem saber do grande inventor
Um trator que pelo jeito abrirá sulcos
Em minhas temidas terras do nunca
E como um eclipse vindo da terra
Apaga-se desértica e monolítica.
Vácuo
À terra ressurge na luz cercada de deusas
Revela-se intrigante, mas uma coisa tão distante.
Decreta-se o reino feminino. Abençoado tom ruivo
Deixa esperta a admiração mais secreta. A do lado.
Conflitos diários espelhados dos teus lagos...
Confundiam-me os laços que me unia... Espasmos.
Deu vácuo no meu espaço
Ressurjo das cinzas reunindo moléculas de grão a grão
Percebo que nas andanças seguiu-me ao longe
Vias suas sombras ouvia seus ecos... Cada vez mais ferozes
Discutíamos como um louco a contorcer-se com suas vozes
Posições contrárias inúmeras vezes, mas conceitos admiráveis.
Meu susto estava em caírem em mãos erradas. Ouvi-las erradas.
Percebe? Me é íntima sem saber da existência da borboleta.
Quantas borboletas não voam pelos seus mundos... Não sei.
O vácuo do casulo à borboleta
Perdidos no espaço, repaginados dos anos 80. Dois seres
Trombam-se num planeta estranho. Exploram-se
De mundos diferentes tão incrivelmente próximos.
Tu é que tens uma Deusa.
Paro. Deliro e passam em minhas imagens... Olhares
Marcas no corpo, símbolos tão especiais que por si só eternizam.
Vejo pelas entranhas inúmeras constelações facetadas de condições.
Como criança que sabe que existe um universo paralelo. E torna-se cientista.
Fui forjado assim. Em eterna procura e muitos erros grosseiros.
Vácuo
Fiz-me
Poeta
E foi só depois de um mundo de carpas e um céu estrelado
Onde claro, o mundo começou a girar novamente. De repente.
Vem você em minha mente. É loucamente simples estar aqui e escrever
O quanto a admiração pela genialidade torna-se natural quando te vejo
Mais normal.
Vácuo
Admirável
Constelação
Boquiaberto me encontro. Como não reverenciar a natureza ao encontrá-la
Tão bela, num tempo que já se é entardecer?
Só posso curtir a noite vir
E agradecer.
FlavCast
14.10.07