segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

É pouco para dizer tudo...


 
 
Como não começar por mim
O limitar da fúria que possuo
A ira que infelizmente
... Não vinga
Por alguns
Venda de ódio
Por outros
Copo de pinga
Irracional pós retro medieval

É pouco para dizer tudo...

Mata-se... Por favor...
... Mate-se
Já que és covarde
... Não fuja
Das tuas verdades... Sê
Por nada
Ou por tudo que desejas
Se tu que és o que é
Não fujas em rótulos
Ou arrotos de raiva
... Desarma
Em trocar palavras
Troca decepção
Por uma verdadeira
Ação...

É pouco para dizer tudo...

Cabeça boa
... Passa
Por nos curtirmos
Com erros e virtudes
Para podermos nos olhar
E provar que conseguimos

No espelho nos enxergar
Então nos aceitarmos
O outro buscar respeitar
Mudança é algo melhor
Começa em mim
Em você
Nos nossos
Mínimos atos

É pouco para dizer tudo...

Sabemos
Mas nos atiramos
Irracionais
Dementes imbecis
A buscar a morte
Desordem que nos faz sangrar

Ferido criança
...Peço vingança
Não tenho tolerância
E nem soube por que
Levaram... eu era criança

É pouco para dizer tudo...

Porque no asfalto
Na terra de bacana
Por uma bagana
Vale tudo
De roubar viaduto
Pra ter carro de luxo
Ao luto do filho
Vagabundo

Que mundo imundo é esse
Em que se perde um filho
E na falta de limites mata-se
Onde estará você quando
... Seu filho
Por diversão matar?

É pouco para dizer tudo...

Porque é ruim ver o outro roubar
Mas por quanto...
Você se vende mesmo?
Ou quanto paga em uma roubada
Eu sei tem dinheiro para o ano inteiro
E foda-se
O que vale é manter a pose

É pouco para dizer tudo...

É a merda de uma classe calhorda
Que dita leis que os amamente
Vendidos aos montes
Dependem do verde
Em montante reluzente
Famintos lobos vermelhos
Em peles de cordeiros fedorentos
A distribuir mais e mais pobrezas

É pouco para dizer tudo...

É violência assustada
De uma vida caótica
Embalada e bem posicionada
Em luxuosos carros alvos
De mentes nervosas e trêmulas
Nem sempre mãos experientes

É pouco para dizer tudo...

Como a pedra
Que odiamos...
Mas ofertamos
Em esmolas aos zumbis
Das sarjetas que nos observam
Acuados em nossas jaulas

É pouco para dizer tudo...

Como não começar por mim...
... Ou por você o desarme

Das armas
Os ódios
Da raiva sem sentido
Das frustrações cheias de invejas
A covardia que nos limita

Que nunca mais alguém seja
Queimado vivo à beira de uma calçada
Por idiotas que se imaginam humanos

É pouco para dizer tudo...

Que outros possam dizer também.


FlaVcast – 09.01.2012

Em comemoração a morte do índio Galdino junto ao Blog Cine Mosquito do Jiddu Saldanha.

http://www.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fcinemosquito.blogspot.com%2F2012%2F01%2F15-anos-sem-galdino.html&h=1AQGDSnMf 

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