sexta-feira, 1 de junho de 2007


Atriz pinta seu rosto
no claro espelho da vida
tateando seu corpo moreno
mantêm-se esperta, assustada

acorda, esquece o papel
na cômoda vê o bilhete
que selado despede-se só
do público que viu e passou

sorri pálida desejando-se merda
para sala dirige o corpo
esmagando na garganta um gole
de suado licor de amor

pelas ruas vagueia a alma
agredindo, com mãos trêmulas rosas
cafonas de assustadas facadas
despencam sem saber porque

sem saber porque a atriz
chora manchando os olhos
que por necessidade troca-os
perdendo-os na gaveta das máscaras.

(Flacast)

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