sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Espera que de ti faltava sempre



Sabe meu amor
Essa longa espera
Que me fez poeta
Plantado em sonhos
Em busca de ti

Espera

Das dores e erros
Das paixões tortas
Das esperanças
Das frustrações

Espera

De que acontecesse
De que chegasse
Das horas intermináveis
Das longas noites

Espera

De solidão gritante
Dos pesadelos sufocantes
Dos passos perdidos
De olhar distante

Espera

Que de ti faltava sempre
Deste que agora sinto
Em que límpido o brilho
Agora reluz em alvorecer

Fez-me gente aos custos
Aos soluços forjou-me
Em árias solos imaculados
Como cores a brotar em flor

Juntou espera à esperança
Orgulho à humildade do ar
O fácil ao inusitado da criação
Derrotas em derradeiras sinas

Espera forjada em lágrimas
Onde o silêncio afiava o fio
E a labuta foi sobrevivência
À luta fui ferido e esquecido

Espera

De que o fim chegasse
Entregue aos urubus famintos
Como esquecido no campo
Das batalhas perdidas

Espera

Da gota da chuva a aliviar
A terra seca já sem vida
Escaldante foi o sol desértico
Escondida no seio da terra

Espera

Quase esquecida quimera
Que como tempestade passa
E faz do dia brilhar promessa
Feito golpe de sorte arco íris

Agora brotam renovadas folhas
Ao tempo o final do inverno
Espalha-se verdejante relva
Das minas surgem as flores

É de plantio esse novo campo
Dos destroços nascem plantas
A vida a recomeçar impera
Espera finda ressurjo do teu amor.

(por FlaVcast em 01.11.2013)

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