Sabe
meu amor
Essa
longa espera
Que
me fez poeta
Plantado
em sonhos
Em
busca de ti
Espera
Das
dores e erros
Das
paixões tortas
Das
esperanças
Das
frustrações
Espera
De
que acontecesse
De
que chegasse
Das
horas intermináveis
Das
longas noites
Espera
De
solidão gritante
Dos
pesadelos sufocantes
Dos
passos perdidos
De
olhar distante
Espera
Que
de ti faltava sempre
Deste
que agora sinto
Em
que límpido o brilho
Agora
reluz em alvorecer
Fez-me
gente aos custos
Aos
soluços forjou-me
Em
árias solos imaculados
Como
cores a brotar em flor
Juntou
espera à esperança
Orgulho
à humildade do ar
O
fácil ao inusitado da criação
Derrotas
em derradeiras sinas
Espera
forjada em lágrimas
Onde
o silêncio afiava o fio
E
a labuta foi sobrevivência
À
luta fui ferido e esquecido
Espera
De
que o fim chegasse
Entregue
aos urubus famintos
Como
esquecido no campo
Das
batalhas perdidas
Espera
Da
gota da chuva a aliviar
A
terra seca já sem vida
Escaldante
foi o sol desértico
Escondida
no seio da terra
Espera
Quase
esquecida quimera
Que
como tempestade passa
E
faz do dia brilhar promessa
Feito
golpe de sorte arco íris
Agora
brotam renovadas folhas
Ao
tempo o final do inverno
Espalha-se
verdejante relva
Das
minas surgem as flores
É
de plantio esse novo campo
Dos
destroços nascem plantas
A
vida a recomeçar impera
Espera finda ressurjo do
teu amor.
(por FlaVcast em 01.11.2013)