terça-feira, 20 de setembro de 2011

A chutar pedrinhas


Quem sabe quando
Por entre os raios de sol
E as sombras das copas
Das árvores frondosas
O poeta poderá andar
A chutar pedrinhas
Enquanto pensa em rimas
Para desvendar o amor
Daquele dia

Ao longe
É estranho solitário
A chutar pedrinhas
Ironizado pálido
É ridicularizado
E não são seguidos seus passos
Cada um é contado
Ele não é catalogado

Mas perto
De onde surgem as linhas
Tão finas linhas
Decoradas de palavras
Em que olhos delicados
Despojados de papéis
Permitem-se sinceros
A chutar pedrinhas

É o andar no parque
Que faz dar vida
À poesia de amar
Todos os dias

Bem longe
Passam os carros blindados
E seus donos de nariz empinados
Vestidos de irritados humores
E muitos pudores
Partem

O poeta fica à parte
Já era final de tarde.

(FlaVcast – 20.09.2011)

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