Já havia tempo
Que estava ao mar
Foram muitas
E muitas luas atrás
Em décadas
De inúmeras tormentas
Foi sobrevivente
Perdido ao mar
Que nada fez
A não ser... nadar
Vencido que foi
Contra correnteza
Resgatar tesouro
Ou sua tristeza
Descansou por tempos
Em pedras... perdidas
Na imensidão vazia do mar
Construiu moradias
Deixadas em ilhas
Que desertas
Afogavam em solidão
Lançado ao mar...
Vestido de chuva
Correntezas geladas
Ditaram jornada
Maré alta enluarada
Lançou corpo na areia
Sereia encantada
Apaixonada... resgata
Divino encanta-se
Das humanas emoções
Humano entrega-se
A desaparecer em mito
De repente há sentido
Nas ondas do mar
Horizonte é pretexto
Para ir em frente
Bailam por oceanos
Entre bolhas... olhares
Ainda são vistos ao luar
São ouvidos gemidos
Nascem cantos de amor
Contados em lendas
Sempre viverão.
(FlaVcast – 26.09.2011)