domingo, 2 de setembro de 2007


Inteiro moreno esqueço que te conheço
Me perco no começo com o que desejo
Giro respiro e suspiro com o pôr-do-sol
Montanhas de um alaranjado anoitecer

Acalenta-me a face e desfaça-me em luz
Desmanche com doçura minha armadura
Disfarce o novo e de novo pulsará candura
Essa que não ouso presentear-te agora.

(Flacast 02.09.07)

Vermelho depois do lago


Vermelho depois do lago
Rosa quase Saramago
Amarelo sabor caramelo


Gotas de chocolate... Branco


Azul colore Istambul
Verde perfume de orvalho
Violeta ardida pimenta


Olivas brilhantes... Pupilas


Laranja destaca seus lábios
Dourados pêlos tocados
Castanhos cabelos acariciados


Cinza... Seu vestido desce.


(FlaVcast 31.08.07)

A luz entrava pela janela a esquentar o quarto
Era algo alaranjada, difusa e acalentadora
Levava aos poucos meu inverno embora
Trazia-me ímpetos de liberdade e sonhos

Deitado no chão percebia a grandeza das coisas
As paredes amareladas ao redor ficaram imensas
Os contrastes entre claro e escuro definiam-se
Harmoniosamente seus limites respeitavam-se

A gata morena passeava no parapeito da janela
Maliciosamente contorcia seu corpo dengoso
Projetando suas sedutoras sombras no ambiente
E saltava animada a procurar meu colo vazio

Tardes de primavera em distantes recordações
Surgem em meu peito de um modo vermelho
A dispararem chamas de ilusões que vão...
E voltarão na próxima estação do meu coração.

(Flacast 30.08.07)

É... As paixões nos arrebatam e nos conduzem a um mundo que não é o nosso dia a dia... E sim um sonho que gostaríamos que se tornassem realidade pra sempre.

(Flacast 30.08.07)

Os covardes se escondem nas sombras de seus medos.
Os justos percebem seus medos e refrescam-se à sombra.

(Flacast 30.08.07)

sexta-feira, 1 de junho de 2007


Ah chorar???
Homem não chora...

Homem que é homem nem sente...
Homem não se emociona...
Homem é bruto
É seco...

Por isso vou levando
minha adolescência
Até hoje, Até um dia
Até me ver Homem

Vou sem saber que preciso
Crescer...
Ah... Homem não chora

Mas também pra que ser Homem???

Sou assim...
Me aproximo do coração...

Sinto e muito

Sinto amores...
A beleza da vida...

E assim vou...
Moleque que sou
Apaixonando-me pela vida
Pelas pessoas que encontro
Por amores desencontrados

E no dia que me ver Homem
Nem contarei a ninguém...
Talvez sente e um sofá
Feche os olhos... e vou...

Vou... até voltar menino de novo...
(Flacast)

Mata atlântica


verde de quimeras mil

quisera eu um mundo
em que pudesse tê-la
assim grande e verde

oh... Verde com vermelho

o que um dia foste
frente a um atlântico
tão belo quanto tu

oh... Bandeira verde

cercada de ouro
amarelo sorriso
de um povo colorido

oh... Verde pedaço
que faço por ti, luto
ou nutro meu luto?

(Flacast)

Aqui pensamento toma vida
areja entranhas, alcança ilhas
entristecidas cenas cotidianas

nesta cidade, porradas, esquivas
em cada esquina abre-se doente
mar de socos, singelos inimigos
protegem-se, agredindo-nos
de graça esquecem-se
do troco em troca de algo

carinho?

Porrada sutil, quem se perdeu
um sorriso infantil,

doçura?

Não sei como pagar ou seria loucura?
Pagar por amigos, desejos envolvidos

quebrados?

Rótulos terapêuticos, vivemos
vegetando em trabalhos

frustrantes?

Seres a vagar horrendos corredores
de nossas culpas esculpidas
no fogo brando de nossas paixões

sexo futuro temes descobrir
ser nada a mais do que já foi em vão
nadando correntezas dias e séculos
do velho enigma chamado

(Flacast)

Sete minutos, dias
anos, milênios eras
brasil de homens verdes oliva

barbatanas de baleias
mortas na esperança de serem
independentes para acreditar
ao menos uma vez, poder?

Rebelar juízes, no futebol
da guerra santa de católicos
políticos, cartolas protestantes
queimam o povo, trincheiras

estúpidos cigarros humanos, morram
rebelem-se ou matem-nos
com seus olhares famintos
estuprem os imbecis de olhos vazios

noite, temem a grande virada, dia “d”
vermelhos ideológicos, risos festejam
os carnavais de ódios, levam
à avenida, desfilar nossas fantasias

utópicas, vulgares, melancólicas
eleições de Quinta, onde cinzas
ao vento sopram o resultado, mudo
de escolas a mostrarem-se capazes
de levar o povo às ruas

tumbas, guerras e sertões marginais
sentem-se seguros por novas caras
puxarem as rédias do grande cavalo
a entregar-se solenes aos cowboys

na madrugada fria, esguias cordas
a descer monumentos, surpreendendo
o velho de calças na mão
não, não vai demorar
a vencermos ou nos rendermos

paz

(Flacast)

Sobe a montanha
dourada sabedoria
estende seus passos
novos caminhos

galgue pedras
abra picadas
mas as deixe
com dúvidas
outros te seguirão

entenda
você nada sabe
a saber algo
tente ver prismas
coloridos pontos
abstraindo sempre
pode expandir
mas o mais
importante


não dê conselhos.

(Flacast)

Os ares de Espanha


toca-me de leve suas castanholas
fascina-me com olhares negros
espreita ao rodar suas saias

sua língua rápida colore
ambientes como sol de verão
latino por excelência, sou

a juventude que vai a luta
como quem pinta tela branca
surpreso surrealista, vejo

abstraio todas as vivências
faço-me mestre, mostra seu mundo
dançarinas viajantes celestes
em praça de touros.

(Flacast)

Sujo de tinta ergue-se você
meu majestoso cavalete, concreto
Vê telas abstrairem-se de branco
em firme perspectiva, passas
várias noites a apoiar meus porres
inúteis e homéricos... Contar
estranhas poesias vivas, dores
que fazem de você... Amigo
ser o primeiro a apoiar meus quadros
minhas poucas vivências, coloridas
sombras que reluzem espectros
bailarinos, tão loucos fantasmas
a corporificarem tão bem, você.

(Flacast)

Há névoa passando
pessoas dormentes
carros ligados
há um garoto perdido

na rua ávida ando
pela calçada
ávido apodreço
e o resto corre na guia
como um garoto perdido

a multidão se aglomera
corpos sangram no chão
visões atônitas, ecoam
como se olhassem
para si mesmos

Vamos ajudar o garoto perdido
deixe de lado falsa política
não sangre pelas ruas
ponha sentido em seu olhar

e ao perceber você
tão grande como criança
vou ter mais um pedaço
do meu próprio garoto
e quando nos completarmos
como crianças
vamos ser mais dois
a entender a vida.

(Flacast)

Atriz pinta seu rosto
no claro espelho da vida
tateando seu corpo moreno
mantêm-se esperta, assustada

acorda, esquece o papel
na cômoda vê o bilhete
que selado despede-se só
do público que viu e passou

sorri pálida desejando-se merda
para sala dirige o corpo
esmagando na garganta um gole
de suado licor de amor

pelas ruas vagueia a alma
agredindo, com mãos trêmulas rosas
cafonas de assustadas facadas
despencam sem saber porque

sem saber porque a atriz
chora manchando os olhos
que por necessidade troca-os
perdendo-os na gaveta das máscaras.

(Flacast)

Caso a tempestade passe
estarei aqui na árvore
esperando as águas descerem

o pior já passou
mas ainda chove
eu vou molhado
olhar as nuvens passar

o telhado da casa já aparece
está com barro vermelho
começo a ver o que limparei

a tempestade passa aos poucos
e aos poucos desço da árvore
vejo toda a casa vermelha
e até secar reconstruo meu lar.

(Flacast)

A você que teme meu olhar
sente-se mal a me ver
foge quando me encontra
e não sabe o que fazer

digo que meu coração
não guarda rancores
não esquece amores
não teme a vida

se tentasse ver
quanto mudei, cresci
quanto amei, você
veria que não deve temer

sentimentos puros profundos
surgem no peito
brotam na pele
alegram a alma

você que construirá a vida
com outro alguém feliz
espero que sejam abertos
para entenderem os erros
insegurança não constrói
se não assumi-la, com amor
enfrentando-a de frente
assim como eu, adeus.

(Flacast)

São Paulo


muitas são as nuvens
poucos os que as vêem
luzes entre névoas
fazem-nos recordá-las

mas não há tempo

nossas cabeças tombam
pelo peso da rotina
que é disfarçada, manipulada

nossos olhares

perdem-se em nossas ruas
esmagam-se em tantas paredes
subjugam-se em tortos leitos

sentimos são paulo na pele
incorporando-o como sol
mas perdendo suas dimensões
tomando conta de nossas mentes
fazendo parte de nossos dias
problemas, sentimentos e vidas

perdemos a noção do viver
perdoando-nos por errar
não esquecendo de nos vingar
temendo a violência
assumimos nossas fraquezas

são paulo somos nós
é a nossa consciência
moradia, lazer e prazer

prazer por não nos acostumarmos
lazer por nos fazer rir
moradia de onde acordamos
lutamos para sobreviver
e onde vivemos para te erguer.

(Flacast)

Abajur branco de fina seda
ilumina pouco este ambiente
deixe para a lua, lá fora
a bela tarefa de criar sombras
bailarinas que fazem da parede
o cenário ideal de nosso amor
tão leve quanto a cortina
dançamos, suaves músicas no ar
como querendo acompanhar o aroma
a desprender-se das pétalas
ao tocarem pele macia.

(Flacast)

E se não tivéssemos bebido juntos
Logo após de ter contado seus amores

O que haveria de ser?

Como conheceria a borboleta de suas coxas
Como poderia eu sonhar o verde de seus olhos
Como conseguiria por tudo a perder
Quantas horas a mais demoraria a vida
Quem seria eu daí em diante
Que água correria ao rio verde de seus olhos.

(Flacast)

Hoje escrevo
por entender você e eu

hoje pinto
para expor nossas imagens

hoje sinto
para amar cada vez mais

nossa vida
nossas imagens.

(Flacast)

Tudo é farsa
ninguém diz nada
damos sempre voltas
escondemos nossos eus
esquecemos do que falamos
e bem verdade, não escapamos
de passar por onde devemos.

(Flacast)

Finge que não quer mais
atira longe, o que quer
quebra as molas da cama
arrebenta o meu pedaço
de chão pisado por você
estraçalha sei lá o que
mas acaba logo com isso.

(Flacast)

E eu que pensei
que só de canto
a flor crescia
mas é num canto
que a flor gritava
enquanto eu passava

(Flacast)

Criança amiga minha
ensina-me viver
sua sabedoria

você cresce logo
ensina-me

(Flacast)

Não seja egoísta
se é o que falas
deixe eu vive-la.

(Flacast)

Tempo, quanto tempo?

Mais uma hora
mais um dia
mais quanto?

Quanto você poderia agüentar?
Sou louco pra saber

(Flacast)

Quem pensa que um dia é curto
pensa que um mês é breve
e um ano passa logo

Bem... Quando se quer na hora
a um mês atrás ou a um ano

Fica difícil pensar no futuro
porque o presente não passa
e o passado fica muito próximo.

(Flacast)

Tenho esperado um telefonema
a horas estou escrevendo pra lá

Aquele telefone não disca
e esse não toca, fica mudo

Enquanto escrevo pra lá
pra ela que não disca pra cá.

(Flacast)

E agora
tudo cessa
a vaga deixada
correu atrás
de ondas passadas
esta, vagalhão...
Deixou tempo futuro
a vaga...

(Flacast)

Ama

ama a ana mesmo na lama
mesmo a ana ama na lama
a ana ama mesmo na lama
mesmo na lama a ana ama

(Flacast)

Sabe um navio que deixa o porto
sem saber onde aportar com suas velas
assim fui eu mar adentro e parei
achei seu porto seguro, amei o que vi
e parti, feito porto a se afastar
em maré vazante em pleno horizonte

(Flacast)

Quem sabe cigano que sou
eu possa tocar uma música
contar uma história de dormir
mirando sua estrela vermelha
acariciando sua pele úmida...

(Flacast)

Bebe seu álcool tranqüila
já bebi demais...
Agora te dou o copo
observo tranqüilo
degustando o vinho
de seu sorriso, sentado a mesa
observo tranqüilo

(Flacast)

Oh moça, meu mel verde reluzente
ilumina mais meus olhos escuros
diz que são de um verde não visto

(Flacast)

Um tango em nossa fita
fala por entre notas
nossas coisas
coisas latinas
seguidas de raios
de sol, como sua boca
na minha tremendo de amor.

(Flacast)

Fundo um partido
daqueles que são
políticos de bar
bebendo cervejas
fumando cigarros
exilados de você.

(FlavCast)

Toco um sino agudo
sedutoramente limpo
toco um simples sino

(Flacast)

Das frases mais belas
estão aquelas
pequenas quimeras

(Flacast)

Vida
é como quero chamar você

vida
é ser aquilo que acompanha
é de onde nascerá os filhos.

(Flacast)

Cria vida criança
realiza a trama
de amar a vida

(Flacast)

Ri criança
hoje sou outro
choro adulto

(Flacast)

E por isso
e pelo não dito
vou indo
até que um dia
seja

(Flacast)

Fumo
e isso me ira
irrita meu olho
até que choro

(Flacast)

Durmo
um susto que passa
só então acordo

(Flacast)

Lua seria apelido
fosse eu brilhante
no céu de seu seio

(Flacast)

Gostaria eu
poeta que sou
ter o sol, apenas
pelo prazer de tê-la
ao lado, ao menos
em astro

(Flacast)

Mas de qualquer modo
como biscoitos de chocolate
derramo em seqüência
minhas letras ao leite

(Flacast)

Tal não ocorre
Como nada corre

(Flacast)

Tem dias brancos
sem palavras escritas
sem lápis nem papel
mas depois termina

(Flacast)

Menininha e Garotão

Crianças desejadas
amadas

A grandeza do meu menino
De sorriso lindo e choro fácil
Atrapalha-se sonhando a vida
Vive seu sonho sozinho...
Divida!

Criativa pequena... Doçura
Veste sua aura e vinga
De maneira doce, mostra sua arte
Mantenha-se doce

Abraçados sempre haverá uma luz
Um anjo da guarda
Uma energia
Eu

(Flacast)