segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O rumo das estrelas

 
O rumo das estrelas
Misturadas às nuvens
De poeira viva e iluminada
Traçam as linhas mais delicadas
De dois tempos independentes

Paralelos como dois rios
A correrem seus sentidos
Em curvas no mesmo correr
Não se sabiam

Tempos... Cada um o seu...
Aluarados
Criam sombras languidas
Ao sabor do sol

Em cada uma das cenas vividas
Divididas as linhas do tempo
Sabem-se apenas serem partículas
De um momento do caos
Algo que surge e então pensados
Foram chamados de vida

Tempos... 
Sabedores do término
Ou do tudo devolvido ao caos

Buscavam a impressão do instante
O ponto que se faz transbordar
Como a lágrima que por mais que seja
Envolta de amor vaza
Vaza e escorre por uma parte pequena
Que é de tempo

Desconhecidos
Desejaram seus complementos
Imaginaram opostos feitos dos magmas
Lançados ao caos em alguma parte da viagem

Tempos se cruzaram
E esse momento, esse ínfimo ponto
Onde os dois tempos se farão uno
Um tudo entendido em um vácuo
Em que tudo cabe e é

Como chamar o que se sente
Ao encontrar o que completa
Isso nem mesmo mais importa

Acontece
Em alguma parte do que sentimos nós
E de tão complexo, intenso e prazeroso
Que chamamos de amor.

(FlaVcast– 28.11.2011)

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