À noite estarei sentado no banco
Desarmado da pouca vaidade
Que me resta... O silêncio
Esse que me cerca de escuridão
Que pretende senão... Calar
Mergulhar no mais profundo
Desacreditar da palavra dita
A pouca luz envolta de parcos insetos
Em voltas rasantes toleram resignados
Os limites do meu desespero alheio
Agora em branco e preto desbotado
É apenas espera e esvai solene
Por entre a fumaça que me leva
Resoluto aguardo que escolha a arma
Tens tempo... Não tenha pressa
Enquadre-me no slide que quiser
Não irei mover meus pés... Sabre
Uma arma branca a vazar-me a jugular
Assino papéis e assumo todos os erros
Do amor que levarei fatal em meu peito
Sou alvo fácil sentado a esperar a morte
Espessa que venha a aliviar-me as dores
E essas tantas marcas que trago contido
Faça de qualquer maneira o que te cabe
Mate-me... Suplico esse meu último pedido
É mais digno morrer em pé... Levanto-me
A encarar-te desfocada em derradeira visão
A morte... Prefiro em ato extremo
A viver sem onde tranquilizar esse amor
Esse que trouxe ao peito em uma vida
Da procura... Os enganos e as vísceras
Não resta padrão nem mesmo ilusão
Cabe-me morrer sem o mínimo sentido
Só não posso agora morrer de amor.
(FlaVcast –30.11.2011)