quinta-feira, 13 de março de 2014

Time-lapse

Aconteceu à noite enquanto entre prédios
Quem podia juntava-se à janela a ver o céu
Outros nem tanto observadores seguem a vida
Quem podia sussurrava baixo ao pé do ouvido

Aconteceu tímido ao luar o aguardado beijo
Entre um sonoro silêncio e outro aconteceu
Aconteceu sem precisar de certezas ou falas
Um enternecido ponto de tudo que aconteceu

Luas envoltas em nuvens cheias ou minguadas
Pálidas ou ensopadas dos desejos dos amantes
Demarcaram o tempo dos desencontros do céu
Estrelas cadentes rasgam pedidos equivocados

Tempos são para se passar e passamos óbvios
Surgem botões de tulipas a aflorarem calados
Tempo ama contar cenas de intrincadas levezas
Mazelas enquanto se encontram novas janelas

Cometas iluminam breves vãos olhares solícitos
Não temem estes reflexos dimensionar sorrisos
Voltam por assim serem seus hábitos noturnos
Amantes servem-se da noite aos goles é paixão.

(por FlaVcast em 13.03.2014)

O silêncio dos traços


Tem silêncio em meus pensamentos
Tem alvoroço de calores espontâneos
Inacabados desejos borbulhantes
Distantes hoje soam meio amargos

Tem por querer jorrar vida umedecida
Manchadas por gotas de todos os dias
Desmoronam pedras do muro ecoam
Silenciam voltadas ao céu estanques

Tem silêncios de brotos de cores
Germinadas à soleira dos fatos
Dispensam alegorias esgarçadas
Nascem dos pinceis silenciosos traços.

(por FlaVcast em 13.03.2014)

sexta-feira, 7 de março de 2014

Texturas diminutas


Pintar a parede de imagens
Tão rápidas quanto sonoras
Dispostas são parte do amar

Texturas diminutas são notas
Intimas de onde entregas são
Olhares que se falam a piscar.

(por FlaVcast em 07.03.2014)

O desalento do silêncio


É tarde tátil
Tende a abafar
Aquiescer-se
De tons quentes

Oh leito desatinado
Corre por entranhas
Estranhas gemas
De pepitas lapida-se

A noite assume fusco
O desalento do silêncio
Entre o enlutado vapor
Vinga solene o enluarado.

(por FlaVcast em 07.03.2014)

A formiga do formigueiro


Formigueiro
Caminhos entre funções e tempos
Autômato autoral é só mais um auto
Mato concreto com esparsos verdes

Vai e vem diário
Das formigas em seu ofício de seguir
Trânsito danado mudanças de rumos
Ziguezagues constantes entre contrastes

Movimentos
Atos ligeiros na luta por poucos espaços
Ritmo sufocante em que cresce dilacerante
Dicotomias perfeitas entre o ser e o estar

O que é a formiga
Dessas que esquecem as pernas ao chão
Notívagas posturas cristalizadas em silicones
Obedientes formigas transitam temerosas.

(Por FlaVcast em 05.03.2014)

Tarde verdejada


Hoje verdejou a tarde
Em passarada
Foi uma brisa de cantos
A refresca-la.

(por FlaVcast em 21.02.2014)