Aconteceu
à noite enquanto entre prédios
Quem
podia juntava-se à janela a ver o céu
Outros
nem tanto observadores seguem a vida
Quem
podia sussurrava baixo ao pé do ouvido
Aconteceu
tímido ao luar o aguardado beijo
Entre
um sonoro silêncio e outro aconteceu
Aconteceu
sem precisar de certezas ou falas
Um
enternecido ponto de tudo que aconteceu
Luas
envoltas em nuvens cheias ou minguadas
Pálidas
ou ensopadas dos desejos dos amantes
Demarcaram
o tempo dos desencontros do céu
Estrelas
cadentes rasgam pedidos equivocados
Tempos
são para se passar e passamos óbvios
Surgem
botões de tulipas a aflorarem calados
Tempo
ama contar cenas de intrincadas levezas
Mazelas
enquanto se encontram novas janelas
Cometas
iluminam breves vãos olhares solícitos
Não
temem estes reflexos dimensionar sorrisos
Voltam
por assim serem seus hábitos noturnos
Amantes
servem-se da noite aos goles é paixão.
(por FlaVcast em 13.03.2014)