terça-feira, 8 de janeiro de 2013


Meu Deus (por FlaVcast em 09.01.2013)

E quando da morte
Não haverá mais tempo
Haverá sentido
quem sabe
Não haverá mais sons
E sim o entendimento
Do silêncio
Não haverá partes
Mas o uno será
Então serei Deus

Mas que Deus é esse
Que não é justo
Que não permite o ser
inteiro e agora
Que é minha morada
e não posso ser
Se sou seu rosto
e perfeição
Dedicação do que é
natural que não fosse
Jamais o desejei ser
Pois em mim
Já sou Deus

E que vá
Ao mais ínfimo grão
De poeira estelar
O meu desafiar
Em vida seu ar
Não por gratidão
Inibição ou detenção
Não o fiz
Só para não explodir
Não meu mundo
Mas o seu Deus

Esse que te protege
Do ataque das minhas
Fraquezas
Franquezas
Riquezas
Nunca soube das minhas
Tristezas
Certezas
Incoerências

Explodiria suas veias
As minhas teias
O limo do vidro
Que nos separa
Não repara
Só me abraça

Quebre as vidraças
E vamos tomar uma
Cachaça Deus
Sentar na praça
Vamos é de graça
Este que não posso ver
Torna-se inatingível

E assim não luta
É tua a covardia
Já faz parte
Dos dias
Das poções
De tiranias distintas

Talvez daí minhas tintas
Minhas rimas em busca
Do amor que não tenho
De uma grandiosidade
Que é sufocada
Que não pode ser nada
Para dar razão

Vou porque sou
E a tempos sabe
Como sabe do amor
Que não aprendeu ter
Porque ter não é
De um material
Chamado sentir
Mas eu
Esse outro Deus
sinto
e sinto muito.

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