terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Partículas mágicas


 
Escrever pequeno
Muito pequeno
Escrever nano
E que por baixo do pano
Atinja o mínimo sentimento
A partícula do vermelho
Onde dizem surge o amor
A dor da cor que isenta
Talvez venha do violeta
Da pureza à mágica
Que elevam palavras
Dispersas misturas de tons
Azuis entre nuvens o céu.

(por FlaVcast em 30.01.2013)

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Medo despido


Estou com medo
Medo da estupidez
Do desumano
Da falta da lucidez
Do excesso de nudez
Da tua embriaguez

Estou com medo
Não da morte
Mas da falta de vida
Das contra partidas
De não ter despedidas
Dessa vida despida

Estou com medo
Da falta de tempo
De não terem lamentos
Destes jogos em linhas
Que levam as balas
A encontrar-me miras.

(por FlaVcast em 24.01.2013)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Crueldades sofisticadas


Eu conheci crueldades
Tão belas e sofisticadas
Que aos olhos rasos
Dos que não as sofrem
São endeusadas razões

Vestidas de sutilezas
Seduzem os vermelhos
Corações inocentes
Usados suas vidas caem
Em emolduradas solidões.

(por FlaVcast em 23.01.2013)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Testemunhas oculares


Meus olhos são apenas testemunhas oculares
Por sorte são mudos e assim não delatores
Apesar de que quando cruzam com outros olhares
Podem se comunicar tanto como os melhores atores.

(por FlaVcast em 21.01.2013)

sábado, 19 de janeiro de 2013

Tudo quanto fosse amar


Tudo quanto fosse amar
Deveria ser só um ato de amor
Que a dor seja transformada
Em um ato criativo.

(porFlaVcast em 19.01.2013)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Paredes brancas



Das paredes
Vazias
De um branco
Sem retratos
Saltam imagens
Que já não são
Retiradas
Das memórias
Solitárias
Até porque
De muitas cenas
Vivem minhas
Memórias.
(por FlaVcast em 18.01.2013)

Dias nublados



Entre os quartos
e os quartos
quartos da rua

Havia uma névoa
de dia nublado
Perfeitos

São os dias
nublados
passados ao lado

Entre os quartos
a rua a passar
lá embaixo

Por onde saiam
amparadas
às mãos dadas

Dos quartos de horas
que nos possuíamos
nas nuvens de dias nublados.

(por FlaVcast em 18.01.2013)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Dans la solitude

Je vais là-bas
un peu
dans la solitude
je me calme...

(por FlaVcast em 17.01.2013) 

Sem papel


... se estivesse amando
estaria escrevendo
haveria papel na máquina
e meu coração bateria
bateria loucamente...
(por FlaVcast em 17.01.2013)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013


Meu Deus (por FlaVcast em 09.01.2013)

E quando da morte
Não haverá mais tempo
Haverá sentido
quem sabe
Não haverá mais sons
E sim o entendimento
Do silêncio
Não haverá partes
Mas o uno será
Então serei Deus

Mas que Deus é esse
Que não é justo
Que não permite o ser
inteiro e agora
Que é minha morada
e não posso ser
Se sou seu rosto
e perfeição
Dedicação do que é
natural que não fosse
Jamais o desejei ser
Pois em mim
Já sou Deus

E que vá
Ao mais ínfimo grão
De poeira estelar
O meu desafiar
Em vida seu ar
Não por gratidão
Inibição ou detenção
Não o fiz
Só para não explodir
Não meu mundo
Mas o seu Deus

Esse que te protege
Do ataque das minhas
Fraquezas
Franquezas
Riquezas
Nunca soube das minhas
Tristezas
Certezas
Incoerências

Explodiria suas veias
As minhas teias
O limo do vidro
Que nos separa
Não repara
Só me abraça

Quebre as vidraças
E vamos tomar uma
Cachaça Deus
Sentar na praça
Vamos é de graça
Este que não posso ver
Torna-se inatingível

E assim não luta
É tua a covardia
Já faz parte
Dos dias
Das poções
De tiranias distintas

Talvez daí minhas tintas
Minhas rimas em busca
Do amor que não tenho
De uma grandiosidade
Que é sufocada
Que não pode ser nada
Para dar razão

Vou porque sou
E a tempos sabe
Como sabe do amor
Que não aprendeu ter
Porque ter não é
De um material
Chamado sentir
Mas eu
Esse outro Deus
sinto
e sinto muito.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O muro


Há um muro
De arrimo
De família

Em pilhas
De pedras
E britas

E gritos
Os ventos
Eventos

Aos tempos
Minam
Suas fissuras

Gotas
Gélidas
E solitárias

Entre o sol
A chuva
Que traga

A lua
Cometas
A ruí-lo

Em pedras
Grandes
E britas.

(por FlaVcast em 07.01.2013)

Do imponderável



“Viver não é vivível” C.L.

Também não sei qual
“o jeito de ser gente” (C.L.).

Sei ser o cerne,
o entendimento
do significado
de não ser vivível

Os moldes hoje,
já não me cabem
nas formas
que não ocupo

O não vivível,
é o mínimo
sobrevivível
no que existe

É miserável,
a pobreza
do imponderável
materialde que preciso

Dá-se a vida,
a alma corrompida
nas avenidas
já um tanto diluídas

E em tão pouco,
que assolam questões
não medos esses
muito caro pra tê-los

São burocratas,
pendências devidas
às partes de um todo
vivível seria carimba-las

De tintas que escorrem,
não vivíveis papéis
sobre alguns decibéis
estão os (des)níveis


Não sei se há riqueza,
no não vivível
o aproximar-se
é afastar-se

A dor é parte,
do não vivível
sabe-se o erro
do erro à vida

Do qual escorre,
dos dedos das mãos
o suor impregnado
das entranhas o sexo

Abafados amor e ódio,
sãoleais ao ópio
ao silêncio que emoldura
os quadros da vida.

(por FlaVcast em 03.01.2013)